Fonte: Correio Braziliense
O governo ainda terá que aparar várias arestas com professores e trabalhadores de instituições federais de ensino, e isso inclui preparar o bolso para arcar com reivindicações antigas. Em 14 de dezembro passado, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) já havia agendado, para os dias 23, 24 e 25 de abril deste ano, uma greve nacional para protestar contra a não aplicação do piso salarial em 2012. Mas, em 31 de dezembro, os representantes das duas categorias souberam que isso se repetiria em 2013. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb, referência para atualização do piso) ficou aquém do esperado.
O presidente da CNTE, Roberto Leão, acusa a Secretaria do Tesouro Nacional de falta de pulso. “Em 2012, mesmo ciente dos efeitos da crise mundial, o Tesouro estimou o crescimento do Fundeb em 21,24%. No último dia do ano, porém, rebaixou o reajuste para 7,97%.” Além disso, as reuniões dos grupos de trabalho que tratariam da reestruturação das carreiras, previstas para começar em 2012, foram postergadas. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) tentou, sem sucesso, conversar com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
“O encontro foi desmarcado diversas vezes por problemas na agenda do representante do MEC”, explica Marinalva Oliveira, presidente do Andes. A reunião está finalmente confirmada para hoje, às 15h. Logo em seguida, às 17h, Mercadante recebe representantes da Federação dos Trabalhadores em Instituições de Ensino Superior Públicas (Fasubra).
Muito a discutir
A Proifes-Federação — que foi a entidade de classe que aceitou o reajuste oferecido pelo governo no ano passado — é a única que participa de grupos de trabalho desde setembro passado. Na quinta-feira da última semana, o presidente Eduardo Rolim esteve com o ministro da Educação. “Muita coisa ainda tem de ser discutida, como o enquadramento de aposentados, a reestruturação do magistério superior e até a divisão dos royalties do petróleo. A minha expectativa é de que os pontos pendentes sejam resolvidos”, resumiu Rolim.
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