Réu do mensalão foi preso em Minas na Operação Avalanche. Ele é suspeito de ligação com policiais para favorecer cervejaria.
Em depoimento à Polícia Federal, Marcos Valério, acusado de ser o articulador do esquema do mensalão e pelo qual está sendo processado no Supremo Tribunal Federal, negou ter atuado em uma negociação para corromper policiais federais e favorecer a Cervejaria Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava, segundo informações de seu advogado, Marcelo Leonardo.
Valério foi preso na sexta (10)
Segundo a PF, Marcos Valério e seu sócio, Rogério Tolentino, que também foi preso, teriam intermediado encontros entre advogados e policiais federais para que fosse aberto um inquérito contra fiscais da receita que multaram a Cervejaria Petrópolis em R$ 104.540.220,00 por sonegação de impostos. A intenção, de acordo com a investigação, era prejudicar os fiscais.
O advogado Marcelo Leonardo diz que Valério não conhece os policiais e que os advogados citados na investigação apenas foram indicados por ele para prestar assessoria jurídica à cervejaria.
Segundo o advogado, Valério tem uma relação de amizade com o dono da cervejaria e estava trabalhando para a empresa na busca de um imóvel para instalação de uma unidade
“Ele teve contatos e procurou dirigentes lá [
O advogado disse que irá aguardar até terça-feira (14), quando vence o prazo para prisão temporária, para decidir que providências tomará em relação ao inquérito, ao qual diz ainda não ter tido acesso.
Operação Avalanche
Na operação, foram detidos empresários, despachantes aduaneiros, advogados, dois policiais civis e três federais da ativa, além de dois federais aposentados.
Treze pessoas foram presas
A Cervejaria Petrópolis informou que não tem “qualquer tipo de contrato de trabalho com o Sr. Marcos Valério Fernandes de Souza” e que não teve acesso ao inquérito. Leia abaixo a íntegra da nota.
Entenda o caso
De acordo com o superintendente da Polícia Federal
O primeiro núcleo, segundo Coimbra, começou a ser investigado no final do ano passado. Um policial federal e um policial civil recebiam informações de empresários que tinham problemas fiscais e os subornavam.
A partir disso, a PF teria chegado a um segundo grupo, que trabalhava na criação de empresas de aluguel para fraudar tributos referentes a exportações.
O terceiro núcleo é no qual aparecem Valério e Tolentino. Segundo a PF, os dois intermediaram encontros entre advogados e policiais federais para que fosse aberto um inquérito contra fiscais da receita que multaram a Cervejaria Petrópolis em R$ 104.540.220,00 por sonegação de impostos. A intenção, de acordo com a investigação, era prejudicar os fiscais.
Na casa de um dos advogados, a PF encontrou mais de R$ 500 mil, que seria utilizado para pagamento de propina a policiais federais.
O grupo pode responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, extorsão, formação de quadrilha, contrabando e descaminho, quebra de sigilo e divulgação de dados sigilosos.
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