Agência Senado/UOLNews 28-05-2007 |
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu-se em discurso no plenário da Casa nesta segunda-feira das acusações de que o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Junior, teria pago despesas suas. Renan disse que os pagamentos feitos por Gontijo em seu nome foram feitos por conta de sua amizade com o lobista e com recursos do próprio Renan, não com supostas verbas da empreiteira. “Nunca misturei público e privado”, disse o senador, negando seguidamente qualquer ligação entre o caso e eventuais interesses da Mendes Junior. O presidente do Senado fez um discurso emocionado e com constantes críticas a seus adversários, nos planos estadual e federal, que teriam invadido sua privacidade. “Infelizmente, minha confissão será aqui”, disse. “Lamento que a vida pública brasileira tenha se amesquinhado a ponto de esse assunto ter vindo à tona.” Renan pediu desculpas a sua mulher, Verônica, que estava presente, e a seus filhos. Depois, confessou que teve uma relação extraconjugal que lhe deu uma filha. Disse que assumiu a criança e mostrou documento que o comprovava. Renan também disse que paga pensão de R$ 3 mil à mãe da criança, Mônica Veloso. No começo, o pagamento se dava por cheques nominais de uma conta do Banco do Brasil. A partir de dezembro de 2003, o pagamento passou a ser deduzido de seus vencimentos de senador, disse Calheiros. Antes disso, revelou que prestou assistência à gestante, pagando aluguéis de uma casa e de um apartamento. Renan mostrou suas declarações de renda e garantiu que suas despesas são compatíveis com sua renda declarada. O presidente do Senado disse que é amigo de Cláudio Gontijo há mais de 20 anos, antes mesmo de este atuar como lobista da Mendes Junior. Segundo Renan, Gontijo fazia a interlocução e os pagamentos porque era amigo da mãe da criança. Renan pediu desculpas ao amigo pelo fato de seu nome ter sido envolvido no caso. Segundo Renan, as matérias jornalísticas que exploraram este fato não passam de 'especulações políticas' e de 'interpretações diversas'. “São recursos meus, são recursos próprios”, disse Renan. “Estão aqui todos os documentos.” Renan terminou seu discurso dizendo que continuaria a trabalhar em prol de Alagoas e que 'não iria se intimidar'. Ele comparou as denúncias de que foi alvo ao tipo de política que se fazia nos tempos da decadência do Império Romano, quando a vida pessoal era matéria da discussão pública. O presidente do Senado também disse que apoiará todas as possíveis investigações sobre o caso no âmbito do Congresso. |
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