Arruda pede R$ 1 bilhão a Lula
Lilian Tahan
Da equipe do Correio
Cadu Gomes/CB |
Arruda e Lula no Palácio do Planalto: governador chamou o presidente para participar dos festejos do aniversário de Brasília, em abril |
A conversa entre Arruda e Lula ocorreu em tom amistoso. Na saída da reunião, o governador do Distrito Federal relembrou que tem costurado uma boa relação com o Planalto, independentemente das diferenças políticas. “Estou construindo com o governo federal uma relação suprapartidária, ando afinado com o presidente”, disse o governador do DF. Ele conta que foi cumprimentado por algumas medidas tomadas em início de governo, como a implosão de um prédio às margens do Lago Paranoá e a derrubada de barracos em áreas públicas. “Quando o presidente lembrou da demolição, me cumprimentou”, disse Arruda.
O primeiro assunto entre os dois foi a reunião de governadores agendada para o próximo dia 6. Arruda entregou uma carta com 14 pedidos comuns dos chefes dos Executivos estaduais, mesmo documento que no início de fevereiro havia sido levado ao ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Segundo o governador, Lula designou ministros para analisar e incluir projetos na primeira versão do PAC. Genro participou da audiência com o governador.
Em uma segunda etapa, Arruda tratou das questões locais. Entregou ao presidente um pacote com três medidas para serem custeadas pelos cofres da União. Pediu R$ 600 milhões para a construção do anel rodoviário, obra que desafogaria o fluxo de caminhões que congestiona e degrada a Estrada Parque de Indústria e Abastecimento (Epia). Outros R$ 200 milhões seriam usados para terminar as estações do metrô da Asa Sul e de um trecho de Ceilândia, além da construção do metrô do Gama e Santa Maria. Arruda pediu ainda mais R$ 200 milhões para investir na segurança do Entorno do Distrito Federal. “O presidente demonstrou interesse em ajudar, até porque Lula disse que muitos vêm aqui e pedem dinheiro, mas não têm projeto. Eu cheguei com o projeto debaixo do braço e acho que levei vantagem nesse sentido”, comemorou.
Ao ouvir relatos sobre o crescimento desordenado de algumas regiões de fronteira com o Distrito Federal, como o caso de Águas Lindas, houve uma predisposição do presidente em fazer sobrevôo de helicóptero pela capital e cidades próximas. Arruda aproveitou a oportunidade e convidou o petista para participar dos festejos oficiais do aniversário de Brasília, no dia 21 de abril. A princípio, o presidente aceitou. Mas a confirmação ainda dependerá da disponibilidade de agenda presidencial.
Estou construindo com o governo federal uma relação suprapartidária, ando afinado com o presidente |
José Roberto Arruda (PFL), governador do DF
Força Nacional pode atuar em cidades vizinhas Na lista de pedidos levada pelo governador Arruda ao presidente Lula, foram apresentados projetos específicos para reforçar a segurança no Entorno do Distrito Federal. Arruda apresentou ao presidente dados que apontam para o crescimento da violência na região próxima à capital, o que deixa o DF mais vulnerável aos crimes. O governador chegou a cogitar a intervenção da Força de Segurança Nacional para diminuir os índices de criminalidade. “Penso nisso objetivamente e tive a humildade de dizer ao presidente que precisamos de ajuda, porque se não houver esforço conjunto entre os estados e o governo federal, a capital federal pode se inviabilizar em função da violência”, afirmou Arruda. Entre as sugestões para conter a expansão da violência nas cidades que fazem divisa com a capital, Arruda citou a intervenção da Polícia Federal em investigações de crimes ocorridos no Entorno e a liberação de recursos para a compra de equipamentos para as polícias locais. Sobre a possibilidade de intervenção da Força Nacional, a resposta do presidente foi de que a idéia precisa passar por uma avaliação do Ministério da Justiça. Segundo o governador, negociações nesse sentido já foram iniciadas a partir de conversas entre os secretário de Segurança Nacional, Luiz Fernando Corrêa, e os secretários da área no DF e em Goiás. Fundo Desde a posse, os governadores do DF e de Goiás conversam sobre um programa para diminuir os índices de violência do Entorno. Uma das hipóteses é integrar as polícias civil e militar no Entorno. A criação de um fundo comum com recursos federais para incrementar os investimentos de segurança na região vizinha à capital também é debatida entre os dois estados. A partir da apresentação do PAC, em janeiro, Arruda passou a pedir recursos específicos do programa para lidar com o problema. No início de fevereiro, chegou a anunciar a necessidade de um repasse de R$ 5 bilhões em verbas federais. (LT) |
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