Fonte: Bom Dia Brasil – Globo
O número de assassinatos diminuiu em São Paulo entre julho desse ano e o mesmo mês de 2012, de acordo com o último levantamento divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Ainda assim, a incidência de crimes preocupa, principalmente nos casos de roubos e assaltos mais violentos.
Na segunda-feira (26) à noite, mais uma pessoa morreu vítima dessa violência. Uma jovem de 29 anos. Ela estacionava perto da faculdade onde fazia pós-graduação. Não teve tempo nem de descer do carro.
Era em uma rua, no Tatuapé, na Zona Leste, que Cláudia Roberta Machado Romão, de 29 anos, sempre parava o carro para ir a pé até a faculdade.
A polícia analisa as imagens das câmeras de segurança da rua. Nelas, de acordo com o delegado, é possível ver o criminoso se aproximando, atirando e depois fugindo em outro carro.
De acordo com o delegado, o automóvel de Cláudia estava engatado, o que pode indicar que ela tentou fugir.
A estudante morava em São Paulo há um ano. Ela começou o curso na pós-graduação há apenas três semanas.
A Cláudia, infelizmente, vai passar a fazer parte de uma estatística assustadora. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou nesta segunda-feira (26) os números da violência no estado. Os latrocínios, ou seja, quando os ladrões matam a vítima, aumentaram. O número de roubos também cresceu, mesmo com a prisão de algumas quadrilhas.
Dois meses de investigação e o chefe da quadrilha foi preso. Ademir Fogaça de Almeida, de 36 anos, confessou ter comandado três assaltos a joalherias de shoppings, em São Paulo.
Além de Ademir, a polícia prendeu outros três homens e apreendeu uma menor de idade. Todos são acusados de assaltar duas joalherias em um shopping da Zona Sul da capital paulista, no dia 12 de julho. Duas semanas depois, o grupo teria voltado para roubar, de novo, uma das joalherias.
Em um dos assaltos, o chefe do bando, Ademir, aponta uma arma para a frente, para abrir caminho. Quatro pessoas ainda estão foragidas, de acordo com a polícia.
Esse foi um dos casos que serviram para inflar os números de violência no estado de São Paulo neste ano. De janeiro a julho, foram 147 mil roubos contra 143 mil no mesmo período de 2012. O número de latrocínios, que é o roubo seguido de morte, também subiu: agora está em 234.
O número de homicídios dolosos, aqueles quando há a intenção de matar, também cresceu este ano em relação ao mesmo período do ano passado. Mas foi pouco: não chegou a 1% em todo o estado.
“É claro que os indicadores não nos deixam insatisfeitos, precisamos evidentemente continuar o trabalho de aprimoramento, mas evidentemente sempre insistindo no trabalho integrado das polícias, na atividade de inteligência das investigações e na integração completa dos atores policiais na execução da política da segurança pública”, declara Fernando Grella, secretário da segurança pública.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo anunciou que a polícia prendeu no último mês de julho 23% a mais do que em julho do ano passado. Apesar do aumento no número de prisões e da redução em alguns crimes, especialistas afirmam que o sistema de segurança, do jeito que funciona hoje, perde em eficiência.
“Se o Brasil não avançar em uma pauta de reforma da segurança pública brasileira, os investimentos feitos como aqui em São Paulo é quase como enxugar gelo. Nós não vamos conseguir ter patamares civilizados como, por exemplo, na Europa ou nos EUA”, declara Renato Sérgio de Lima, conselheiro do fórum brasileiro de segurança pública.
Na comparação mensal, a capital paulista teve o menor número de homicídios no mês de julho dos últimos 12 anos. Com relação a roubo de carros, o secretário de Segurança afirmou que está em andamento um projeto de lei que acaba com os desmanches de carros. Para ele, isso deve reduzir o número de furtos e roubos de veículos no estado.
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