Ministro da Justiça nega participação da PF em grampos e que pretenda punir jornalistas
O ministro da Justiça, Tarso Genro, não afastou, ontem, no Rio, a hipótese de que agentes da Polícia Federal tenham grampeado por iniciativa própria conversas telefônicas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Genro informou que a denúncia feita pelo presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, está sendo apurada pela instituição. Mendes afirmou em depoimento à Polícia Federal que ministros do STF responsáveis por relatar inquéritos da PF tiveram telefones grampeados.
A Polícia Federal está investigando isso disse. Esses grampos podem ter ocorridos. Se forem confirmadas estas informações, provavelmente (os grampos) terão sido feitos por indivíduos fora do Estado. A Polícia Federal não fez nenhum grampo ilegal contra nenhum ministro ou nenhuma autoridade. Não é do seu hábito. O ministro também considera a possibilidade de desvios de conduta de agentes federais. Aí é um marginal infiltrado dentro da Polícia, que até agora não localizamos acrescentou.
Não é a instituição. Assim como tem desvio de conduta de magistrado, promotor, médico, advogado, pode ter de policial Federal. Mas a PF, como instituição, jamais vai fazer este tipo de procedimento. Ao comentar o projeto de lei que endurece a punição aos vazamentos de escutas clandestinas, Genro afirmou que não haverá punição contra a imprensa pela divulgação dos dados, mas aos agentes do Estado responsáveis por repassar informações sigilosas.
O projeto de lei que enviamos à Câmara não tem nada a ver com o direito dos jornalistas de divulgar uma informação mesmo que obtida de maneira irregular assegurou. Vocês estão cumprindo o dever de informar. Mas aquele que rouba informação do Estado ou faz grampo ilegal tem que ser severamente punido. Ele vai pensar duas vezes antes de instrumentalizar jornalistas para fins que o próprio jornalista desconhece.
Satiagraha
Ontem, o delegado Protógenes Queiroz negou que as investigações que culminaram na Operação Satiagraha, sob o seu comando, tenham sido determinadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O delegado disse que a única participação de Lula no caso foi uma declaração do presidente em apoio às investigações. A única situação que envolve o gabinete do presidente da República é que o presidente, no Haiti, elogiou o nosso trabalho disse.
Protógenes afirmou que “em nenhum momento” o ex-diretor geral da Abin, Paulo Lacerda, orientou a instituição a investigar o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Comments are closed.