Paulo H. Carvalho/CB |
Servidores farão protesto hoje na Esplanada dos Ministérios |
De acordo com a última versão a que o Correio teve acesso, o governo estuda corrigir os salários de 55 mil funcionários ativos e 225 mil aposentados ou pensionistas por meio de uma gratificação de produtividade. O funcionário do PCC ativo de nível superior teria reajuste entre 30,3% e 41,7% sobre a Gdata. O de nível auxiliar seria contemplado com 2,9% a 6,2%. Já o de nível intermediário, com 16,5% a 19,8%. Os aposentados ou pensionistas, também segundo a última proposta preliminar divulgada, ganhariam aumentos menores sobre a Gdata.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) avalia que as pressões sobre o governo vão aumentar. A entidade tem uma plenária nacional marcada para hoje. O encontro pode indicar greve a partir da primeira semana de março. No ano passado, as paralisações no Executivo atingiram cerca de 30 órgãos e instituições públicas. Os movimentos contaram com a adesão maciça dos servidores do PCC.
Para Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef, o clima é de tensão nos estados. “Os ânimos estão à flor da pele. É um absurdo o governo não conseguir fechar uma proposta em seis meses”, disse. “A greve é inevitável”, completou. A Condsef afirma representar aproximadamente 600 mil pessoas.
Calculadora
Os servidores acreditam que a indefinição quanto ao anúncio do reajuste salarial do PCC prometido para esta sexta-feira está ligada às discussões sobre os gastos do governo feitas na Junta Orçamentária. Essa instância, formada pelos ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo, analisa periodicamente que folga a União tem para liberar ou segurar gastos.
Na quarta-feira, a Comissão de Orçamento aprovou o segundo relatório de reestimativas de receitas para 2006. Senadores e deputados elevaram em R$ 15,2 bilhões a expectativa de arrecadação total. O dinheiro extra garante melhores condições ao relator geral Carlito Merss (PT-SC), que ganha fôlego para acomodar despesas como o aumento do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda, compensar os estados que perderam receita com a Lei Kandir e, principalmente, garantir o reajuste de todos os servidores públicos federais. A promessa do Ministério do Planejamento é conceder, no mínimo, 29,17% aos funcionários do Executivo. O índice refere-se à inflação acumulada na administração Luiz Inácio Lula da Silva.
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