Fonte: Folha de São PauloO número de greves tem crescido nos últimos anos tanto no setor privado como no setor público, mostram dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Os dados deixam claro, porém, que há uma diferença essencial das greves em um setor e outro: no caso de servidores públicos, as paralisações chegaram a uma média de quase 160 horas paradas no ano passado, contra 46 na iniciativa privada.
“A ausência de regulamentação da negociação coletiva de trabalho no funcionalismo público continua a ser um fator importante para explicar a discrepância entre a duração das greves nas esferas pública e privada”, diz documento do Dieese.
Por esse raciocínio, no serviço público, em razão da inexistência de datas-base definidas, as paralisações acabam funcionando como um meio para forçar a abertura das negociações salariais.
Não é difícil imaginar também que a estabilidade no emprego facilita ficar parado por mais tempo.
O número de greves no serviço público federal, estadual e municipal, incluindo as estatais, saltou de 251, em 2009, para 409 no ano passado. O número de horas paradas cresceu ainda mais rapidamente, de 25,3 mil para 65,4 mil.
No setor privado, as greves chegaram a 461 no ano passado, mas as horas paradas não passaram de 22,2 mil, sempre segundo o Dieese.
Na virada do governo Lula para o governo Dilma, a freada da economia do país reduziu o ritmo dos reajustes salariais. Esse impacto foi mais intenso no serviço público.
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