Antes de tentar desvendar essas forças misteriosas, é importante citar que elas operam em quase todas as esferas do governo federal, estadual e municipal. Estas forças não são exclusivas desta ou daquela categoria, estão presentes em todas elas com maior ou menor intensidade dependendo das fragilidades encontradas, ou ainda do poder de estrago que cada uma pode fazer. Infelizmente, depois de ler o anteprojeto de lei orgânica, tive certeza que ele está totalmente eivado de pobreza de espírito público, a mesma doença social que acorrenta o Brasil há séculos na escuridão do subdesenvolvimento, sabotando a tudo e a todos que possam contribuir para que nosso país alcance aquelas metas que estão escritas na nossa bandeira: “ORDEM E PROGRESSO”. 1) IGNORÂNCIA: No Departamento de Polícia Federal (DPF), ela é típica do grupo que permanece, ainda sem conseguir entender, que a ditadura acabou, que a democracia venceu e que os tempos são outros. Esse seguimento não consegue visualizar a grandeza do nosso país, e conseqüentemente a sua necessidade dramática e urgentíssima de ter uma grande e democraticamente reestruturada Polícia Federal para defendê-lo. A ignorância é tão forte que impede essas pessoas de entenderem que todos os modelos de Polícia brasileiros pertencem ao século XIX, e há muito tempo perderam o prazo de validade. Eles não querem ver que algo está muito errado no modelo de polícia que preconizam. Estamos falando de 50.000 assassinatos por ano, num país que não está guerra, onde apenas 4% das ocorrências registradas nas delegacias se transformam em inquérito, e desses inquéritos somente 16% têm condições legais de ser oferecido denúncia pelo MP. Não compreendem que toda vez que um cidadão é atingido por um tiro de AK47 ou M16/AR15, e uma vez que essas armas não são fabricadas no Brasil, parte da culpa é do DPF, que não patrulha as fronteiras (apesar de ter essa atribuição constitucional) porque só interessa fazer policia judiciária (mais fácil, menos arriscado, no papel tudo dá certo, ficando o prestígio e importância apenas para quem preside o IPL). A lei orgânica que eles inventaram é antes de tudo INCONSTITUCIONAL, porque transforma definitivamente o DPF Os obtusos não sabem sequer a diferença do singular para o plural. Em um estado democrático de direito o que vale é o que está escrito na CONSTIUIÇÃO, e na nossa está escrito CARREIRA no singular, e o motivo do legislador constituinte ter feito essa escolha foi justamente para que pelo menos na esfera federal houvesse um aparelho policial com profissionais motivados e preparados para conviver com a realidade dinâmica e cruel do mundo contemporâneo globalizado. Eles nunca entenderam que corporativismo tem um lado positivo e um negativo, e o deles é o negativo. Por total falta de inteligência buscam o fortalecimento pessoal de seus cargos, sendo que o certo é buscar sempre o fortalecimento da instituição, para que ela atenda aos anseios da coletividade e não aos seus interesses pessoais. Um DPF forte e eficiente, só vai existir de fato quando tivermos um fortalecimento amplo, geral e irrestrito, o que só vai acontecer quando houver um CARGO ÚNICO. É o princípio da corrente, assim como não adianta ter um elo forte e todos os outros fracos, também não adianta ter apenas um elo fraco e todos outros fortes, ela vai quebrar do mesmo jeito. Esses senhores subjugam a capacidade intelectual de todos que não são da sua turma, são cegos para o fato de que não pode existir hierarquia entre carreiras diferentes, e carreiras diferenciadas só podem existir em instituições separadas, que são criadas para atender as peculiaridades de cada carreira. Com certeza eles acreditam que o DPF que aparece nas reportagens do FANTÁSTICO ou nas propagandas eleitorais realmente existe. 2) COVARDIA: Antes de falar em covardia devemos falar de CORAGEM e para isso vamos citar o senhor LOUIS ANEMONE (chefe do Departamento de Policia de Nova York responsável pela reforma e reconfiguração daquela instituição). “Coragem: A força moral para implementar mudanças na organização policial a despeito da relutância ou ativa oposição daqueles que resistem a mudanças a qualquer preço. Não podemos aceitar o STATUS QUO como uma fatalidade”. A covardia está presente naqueles que temem a implantação da MERITOCRACIA. Estes entraram na instituição não por vocação, foram motivados apenas pelo desespero do desemprego ou pelo salário; morrem de medo de uma lei orgânica que provoque mudanças, justamente porque essas mudanças podem fazer com que esses senhores tenham que realizar atividade policial. Isso é uma temeridade! Na verdade eles não são POLÍCIA, eles estão POLÍCIA. São avessos a toda e qualquer forma de trabalho que seja fora do ar condicionado, que os atrapalhe em seus estudos dirigidos que são voltados para abandonar a instituição Polícia Federal, e que os impeçam de freqüentar os cursinhos preparatórios para concursos. 3) VAIDADE: Como dizia o INOMINADO: “Meu pecado preferido”. A vaidade está presente e é cultivada no DPF de uma forma tão perversa que toda uma nação sofre com as conseqüências desse mal. Ela se alimenta da arrogância, da procura desesperada pelo gabinete, do apego à cadeira, da palavra chefe escrito no cartão de visita que é distribuído por todos os cantos da cidade. As baixarias que são cometidas em busca do D.A.S ou mesmo de uma simples F.G. também são suas crias. A vaidade é a geradora do “doutorismo” sem doutorado, dos comandos que são distribuídos sem critério, e pior, são exercidos também sem nenhum critério, ninguém precisa diminuir índice de criminalidade ou se preocupar com o contribuinte que esta desprotegido. Não interessa que outras instituições estejam tomando as nossas atribuições, e a SOBERANIA NACIONAL é apenas uma coisa que atrapalha aquelas viagens internacionais “na faixa”. É a rapaziada que adora aparecer na TV dando entrevista a respeito de coisas que não conhecem, e de operações que não participaram, são mestres em roubar a glória alheia, e doutores em marketing pessoal, porque o grande lance é usar a instituição para a autopromoção. O que realmente interessa a esse grupo é uma lei orgânica que oficialize o sistema de casta, onde uma minoria pode tudo e só têm direitos e o resto não pode nada e só tem deveres, e mesmo que alguém consiga passar de uma casta para outra, vai ser sempre discriminado pelo fato de não ser um “P.O”, isso mesmo PURO DE ORIGEM, uma coisinha sórdida que vem tomando corpo a cada dia no DPF junto com a palavra DINOSSAURO. As coisas estão ficando tão absurdas nesse departamento que já existem segmentos articulando a mudança do nome do seu cargo para PROCURADOR POLICIAL DA REPÚBLICA. Para os vaidosos não pode existir nada que não seja a manutenção de tudo o que está hoje por mais que não esteja dando certo. 4) CRIME ORGANIZADO BRASILEIRO-(C.O.B): de todos é o mais poderoso e interessado em que a lei orgânica do D.P.F não mude nada, não reforme nada e não cumpra a lei que determina que o DPF é organizado em carreira, o motivo é muito simples, o C.O.B não pode sequer imaginar que vai perder a facilidade que tem de INFILTRAR seus mafiosos por cima, ou seja, das ruas direto para os cargos de comando, chefia e decisão, usando a porteira escancarada do concurso para chefe de policia, uma falha tão grande na segurança interna e que pode causar danos tão profundos e irreparáveis ao Sistema Nacional de Segurança Pública.(no caso do DPF está em risco a própria SEGURANÇA NACIONAL) que esse motivo por si só justificaria a criação de uma verdadeira carreira, o que seria muito mais justo e racional, uma vez que estaria realmente sendo implantado um PROCESSO CONSTANTE DE SELEÇÃO NATURAL, possibilitando assim que no devido tempo apenas os profissionais com histórico de honestidade e reconhecida capacidade técnica, fossem escolhidos para ocupar os cargos de comando. Essa é a única forma de minimizar os riscos de se ter o homem errado no lugar errado cometendo erros intencionais. Mas o que chama realmente a atenção é que por incrível que pareça, nenhuma autoridade da república consegue enxergar esse fato. Ao contrário das polícias o C.O.B é altamente organizado e eficiente, investe em análise estratégica e são versados em guerra psicológica, por isso sabem muito bem fomentar e explorar as fraquezas de seus inimigos. A história e a ciência nos ensinam que não se pode esperar eficiência profissional de agencias da lei que além de sofrer ingerências políticas e alienígenas, não contam em seus quadros com exemplos de lideranças a serem seguidos, que convivem com uma insatisfação generalizada estimulada pelo fato de existir cinco cargos diferentes que mau se suportam, existindo ainda diversas associações, sindicatos e federações em disputas e traições constantes, onde a desconfiança é geral e o coleguismo (instrumento vital na atividade policial) não existe, é o exemplo mais flagrante ao vivo e a cores de uma das mais antigas estratégias da história DIVIDIR PARA CONQUISTAR. Já como resposta às futuras afirmações que os comentários aqui colocados são improcedentes, é sempre bom lembrar de um caso ocorrido em Brasília que ficou conhecido internacionalmente como a MÁFIA DOS CONCURSOS. Resumindo: descobriram que por quase vinte anos uma quadrilha muito bem organizada teve acesso as provas e gabaritos de uma das mais importantes e respeitadas universidades federais brasileiras, responsável pela elaboração e administração de um grande número de concursos públicos federais, realizados em todo território nacional, sendo que um dos seus mais importantes clientes foi o DEPARTAMENTO DE POLICÍA FEDERAL. É importante ressaltar que todos os trabalhos de inteligência e investigações do caso é mérito exclusivo da Polícia Civil do DF. A Polícia Federal, que tanto aparece na TV como sendo o F.B.I brasileiro, sequer tomou conhecimento do fato que estava acontecendo na sua jurisdição. Nós, os verdadeiros policiais federais de todos os cinco cargos ainda não fomos vencidos, apesar do mal que já foi feito. Estamos diante de um problema que chega a transcender até nossa honra e dignidade, estamos tratando de vida ou morte porque são com seres humanos inescrupulosos que interagimos em nosso trabalho. Por isso vamos nos mobilizar em todos os estados e exercer nossos direitos políticos de recorrer aos parlamentares e informa-los dos reais problemas existentes no DPF, suas causas, conseqüências e o mais importante a única solução. Nosso verdadeiro campo de batalha esta no Congresso Nacional é la que vai decidir se o D.P.F vai servir a todos os brasileiros ou somente a alguns.
fev
07
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