Damázio vai apresentar termo de cooperação entre as polícias Civil e Federal para evitar operações cruzadas
O tiroteio envolvendo equipes das polícias Federal e Civil no último dia 5 de janeiro não foi um caso isolado. Segundo os sindicatos das duas categorias, é comum as operações de repressão ao narcotráfico se cruzarem no estado. A pressa nas ações é apontada como justificativa para a falta de comunicação entre as equipes. Para evitar novas situações como essa, o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, está elaborando um termo de cooperação entre as polícias.
Peritos da PF foram à BR-232 colher informações sobre o tiroteio, no início do mês, que terminou com uma morte. O documento deve ficar pronto em 15 dias e será apresentado pelo próprio secretário ao superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Paulo de Tarso Teixeira. A confusão entre as polícias, que tentavam prender o mesmo traficante, culminou com a morte do agente federal Jorge Washington Cavalcanti. Damázio foi superintendente da PF no estado.
´A última reunião entre a inteligência das duas corporações aconteceu 45 dias antes do tiroteio`, afirmou Damázio. O problema é que o trabalho das equipes de combate às drogas é muito dinâmico. A criação do termo de cooperação, no entanto, vai institucionalizar a troca de informações entre as equipes. Com isso, podem ser criadas algumas regras. Entre elas a regulamentação da periodicidade entre as reuniões dos núcleos de narcotráfico que aconteciam, em média, uma vez por mês. O documento será construído com a ajuda do Judiciário e do Ministério Público.
Embora, no papel, a comunicação entre as corporações deva ser praxe, na prática cada equipe trabalha isolada. A PF ganha competência exclusiva apenas nas operações em que as ações das quadrilhas extrapolam os limites do estado. As ações de narcotráfico são rápidas, não há tempo para comunicar o caso ao chefe de outra operação.
Mas por trás dessa justificativa existem outras realidades. Entre elas a competitividade entre as duas corporações. O volume de apreensão de entorpecentes é visto como troféu. Para os civis, há bonificação em dinheiro. Quem bate as metas do setor pode ganhar de R$ 380 a R$ 500 de bônus.
Comments are closed.