Por Roger Franchini
Roger Franchini, ex-investigador de polícia na Polícia Civil de São Paulo, lançou o livro “Ponto Quarenta – a polícia para leigos”. Lançado originalmente em uma edição independente com pequena tiragem, o romance esgotou-se em poucos meses e virou um item disputado no mercado de livros raros. Agora, finalmente, Ponto Quarenta chega às livrarias. Conheça o livro policial brasileiro. Com esse livro a Veneta retoma a coleção Amok, de livros criminais, iniciada com o livro revanchismo, de Rogério de Campos.
PONTO QUARENTA
SINOPSE: Viver e morrer na Polícia de São Paulo.
Um investigador da Polícia Civil de São Paulo se vê envolvido com bandidos bem mais perigosos que aqueles das ruas: os integrantes da alta cúpula do governo.
Ponto Quarenta é uma ficção, mas sua própria existência se tornou motivo de polêmica nos debates sobre segurança pública. Sua qualidade como ficção transformou-o no clássico secreto da literatura criminal brasileira. O livro tem a força da experiência vivida, filtrada por uma linguagem seca, direta, despida de ornamentos, o que torna sua narrativa mais contundente (…) Roger Franchini lavrou um boletim de ocorrência literário” Marçal Aquino
BIOGRAFIA: Formado em Direito pela Universidade Estadual Paulista – UNESP, cursou audiovisual na Universidade Federal de São Carlos – Ufscar.
Ingressou como Investigador de Polícia na Polícia Civil de São Paulo em 2002 e entre os anos de 2004 e 2006, manteve o blog CultCoolFreak, onde escrevia crônicas sobre sua vida como policial. Foi o percursor do movimento na internet chamado “Blogopol” – blogs publicados pelos próprios policiais onde desafiavam as leis do silêncio impostos aos agentes pelas instituições, propiciando um debate aberto e democrático sobre segurança e criminalidade. Entre os assuntos tratados pelos agentes na internet, destacavam-se temas como política salarial e condições de trabalho, raramente abordados na grande mídia. Em 2009, a UNESCO e o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes (CESeC) elaboraram um estudo sobre o caso, resultando no trabalho “A Blogosfera Policial no Brasil – do Tiro ao Twitter”1.
Roger Franchini destaca-se no cenário literário policial pela vivacidade de sua narrativa irônica, seca, sarcástica, com diálogos rápidos e riquezas de detalhes sobre o mundo do crime, amplamente amparado em sua experiência como investigador.
Sua primeira obra, o livro “Ponto “Quarenta” (2009), tem uma narrativa não convencional. Começa com pequenas histórias lançadas aleatoriamente sobre o cotidiano de Vital, um investigador de polícia, como se crônicas fossem. Alternando os focos narrativos, em determinado ponto todas as pequenas histórias convergem para uma noveleta, encerrando o livro como uma unidade dramática.
Logo após, foi convidado pela Editora Planeta para escrever a Coleção “Grandes Crimes”, em que romanceou os crimes que tiveram grande repercussão na sociedade brasileira, incluindo aos fatos reais situações e personagens imaginários, normalmente subtramas que envolvem a corrupção das instituições. Para essa coleção foram lançados os livros “Toupeira – a história do assalto ao Banco Central” (2010), “Richthofen -o assassinato dos pais de Suzane” (2011) e “Amor Esquartejado” (2012).
Em seu último trabalho, o romance “Matar Alguém”, lançado em outubro de 2014 também pela Editora Planeta, ele abandona a narrativa de crimes verdadeiros, todavia, verifica-se na trama vários elementos que povoam o imaginário da violência urbana brasileira, como a organização criminosa PCC, o massacre de policiais na cidade de São Paulo e a relação entre a corrupção das instituições de segurança pública e a manutenção do poder pelos políticos que a administram.
Seus personagens fixos ao longo das obras são os investigadores Rodrigo, Maurício e Eduardo, figuras de caráter dúbio e amoral, ao redor dos quais orbitam outros personagens que eventualmente surgem e desaparecem, a depender do enredo, tais como delegados de polícia, políticos, criminosos, entre outros. Todos eles são apresentados com certa naturalidade para atuarem no limiar da ilegalidade, imersos em um universo de corrupção, sexo, paixão e desesperança. Também é roteirista do premiado curta metragem Inquérito Policial nº 521/2009.
Em outubro de 2014, o diretor Fernando Grostein Andrade comprou os direitos do livro “Richthofen” para transformá-lo em um longa metragem, e terá Roger Franchini como corroteirista.
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