Em reunião ontem à noite com 15 ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que todos os órgãos do governo deixem claro que não haverá mais reajuste a servidores.
“A reunião foi para dizer que ministro e dirigente de autarquia não é sindicalista e não tem que defender reivindicação de servidor. Não haverá reajuste em 2010”, disse o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) depois da reunião.
Além da greve de servidores do Ibama e de algumas universidades federais, os funcionários do Judiciário também ameaçam parar.
Mais cedo, Paulo Bernardo afirmou haver um “surto” de votações de projetos que aumentam as despesas do governo pelo Congresso.
Segundo o ministro, há uma série de “bondades” que poderão ser votadas neste ano eleitoral pelo Legislativo, como o reajuste para os funcionários do Judiciário e a criação do piso salarial para policiais militares e bombeiros.
Ele lembrou ainda a aprovação, pela Câmara, na semana passada, do reajuste de 7,7% aos aposentados que ganham acima do mínimo.
“O Congresso é praticamente o beque, são eles que aprovam. Não achamos responsável que se vote o volume de projetos que estão sendo preparados lá para votação sem dizer de onde vai sair o dinheiro”, afirmou.
Sobre os grevistas, o ministro ainda fez ameaças. “Tem uma certa agitação, o pessoal achando que, como está perto das eleições, vão tirar mais um pouco. Vamos descontar os dias parados”, afirmou.
Um dos setores que ameaça entrar em greve é o Poder Judiciário. Por isso os presidentes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Ricardo Lewandowski, e do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, se reúnem hoje com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para pedir a aprovação de propostas de interesses da categoria.
Uma delas é o projeto 6.613/ 2009, que trata do plano de carreira dos servidores do Judiciário da União. O impacto da proposta é de cerca de R$ 6,3 bilhões em 2011 e, segundo cálculos da liderança da oposição, os aumentos podem chegar a mais de 80%, beneficiando quase 140 mil servidores.
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