O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que não é mais possível que alguém defenda a atual estrutura sindical brasileira. Segundo ele, da forma que está, é uma cópia fiel da Carta del Lavoro, produzida pelo fascista ex-presidente italiano Benito Mussolini. “As reformas são necessárias e espero que o movimento sindical me convoque para discutir as coisas que precisam ser feitas”, disse Lula, em evento na Volkswagen, em São Bernardo do Campo.
Durante discurso, Lula ouviu protestos dos trabalhadores da empresa que, através de faixas, cobravam a correção da tabela do imposto de renda e uma reforma sindical e trabalhista que preserve os direitos dos trabalhadores. Para o presidente, seu governo ajudou a consolidar o processo democrático e permite aos trabalhadores levantarem faixas para serem vistas por todos.
A citação à Carta del Lavoro já havia sido feita pelo presidente no discurso de lançamento do microcrédito, em novembro passado. A carta foi escrita em 1927 e colocou o Estado como árbitro das relações entre o capital e o trabalho. Segundo muitos analistas, a Consolidação das Leis do Trabalho, editada pelo presidente Getúlio Vargas, tinha inspiração na Carta del Lavoro
JOÃO PAULO É CONTRA
Em contrapartida à defesa da reforma sindical feita pelo presidente Lula, o ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), também presente ao evento, afirmou que este não é o melhor momento para discutir a questão.”Apesar da estrutura sindical precisar ser renovada,não é bom para o partido e para o governo tocar o assunto à frente porque há uma certa instabilidade política no Congresso e é um assunto que não agrega, divide”,afirmou. Para o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, o assunto também não está tendo consenso nas principais entidades sindicais, a CUT e a Força Sindical. Para ele, o tema também não tem alcançado a compreensão da sociedade.
(Fonte: O Estadão – Elizabeth Lopes )
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