Em entrevista coletiva a emissoras de rádio, nesta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que levaria o ex-deputado José Dirceu, que teve o mandato cassado na semana passada, para o palanque numa possível campanha de reeleição.
– Eu levaria o José Dirceu pro palanque. Até porque ele foi cassado e não foi provado nada contra ele. Ele é um cidadão que perdeu o mandato de parlamentar, mas até agora eu não vi nenhuma acusação que pudesse dizer que ele cometeu um delito – disse.
Lula acrescentou:
– O Zé Dirceu sofreu uma acusação, o acusador foi cassado porque não provou as acusações. Ele foi cassado porque jogou-se nele a responsabilidade.
REELEIÇÃO AINDA INDEFINIDA
Lula repetiu que ainda não é candidato à reeleição em 2006:
– Não tenho pressa para definir as coisas.
O presidente criticou a aprovação da proposta de reeleição do presidente da República durante o governo Fernando Henrique Cardoso e disse que o melhor é o mandato de cinco anos:
– Sou contra a tese da reeleição. Não é uma boa política.
ORGULHO DE SER PETISTA
Sobre o mensalão, o presidente voltou a dizer que não foi provada sua existência e reafirmou ter sido traído por companheiros de partido.
– Eu me senti traído porque acho que companheiros colocaram na política do PT práticas que não eram condizentes com a política do partido.
Lula defendeu uma reforma política.
– Estou convencido que a prática de caixa dois no país só vai mudar quando houver mudança na legislação eleitoral, partidos mais fortes, fidelidade partidária.
Apesar dos pesares, o presidente destacou que está mais orgulhoso de integrar o PT.
– Não estou inibido por ser PT. Estou mais orgulhoso. Agora nós sabemos que também não somos infalíveis. E, quando erramos, temos que pagar e pagar caro. Nós batemos a vida inteira, temos que aprender a apanhar – afirmou.
RELAÇÃO COM O CONGRESSO
O presidente não tem queixa do Congresso Nacional, segundo revelou. Ele destacou que, até agora, todos os projetos do governo enviados à Casa foram aprovados.
– Foram aprovados exercitando a democracia em sua plenitude. Quando nós mandamos um projeto para o Congresso Nacional, não é para ser votado na íntegra, como nós gostaríamos. É para ele sofrer os ajustes necessários e muitas vezes para melhor.
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