Sala dos mandados de prisão, na divisão de capturas da polícia paulista. Um retrato da falta de eficiência que colabora para aumentar o mal da impunidade.
São Paulo tem 152.400 mil foragidos. É gente que deveria estar na cadeia por determinação da justiça. Mas que está ciando livremente por aí.
“Realmente o número acabou me surpreendendo. Não fazia a noção do quadro geral do estado”, diz o delegado Waldomiro Milanesi.
Se é surpresa até para o novo chefe do setor o que dizer para o cidadão comum. As pastas na divisão de capturas estão separadas por ordem alfabética e também pelo tempo que o mandado de prisão já tem. São muitas. Pessoas procuradas por assassinato, tráfico de drogas, roubo, envolvimento com quadrilha. Enfim, um pouco de tudo.
Muitos casos também que envolvem o não pagamento de pensão alimentícia. Existem mandados tão antigos que os crimes até já prescreveram. Uma das ordens para prender um acusado de homicídio é de dezembro de 1988. Mais de 22 anos atrás.
Também estão no local os mandados de foragidos que chocaram o país recentemente. Como o ex-médico Roger Abdelmassih condenado a 278 anos de prisão por crime sexual.
O advogado Mizael Bispo de Souza acusado de agredir e matar a ex-namorada Mércia Nakashima e o estudante Jonathan Domingues aquele procurado pela suspeita de ter espancado jovens homossexuais, em novembro do ano passado.
Mas onde sobra ordem de prisão, falta polícia. A divisão de capturas tem apenas 12 investigadores para atender o estado inteiro. Aumentar a equipe com urgência e trabalhar com mais dedicação e inteligência é o grande desafio do delegado que acaba de assumir esse abacaxi.
“O comprometimento meu é acabar com essa noção de impunidade, fazendo com que as pessoas com mandado de prisão sejam recolhidas à carceragem”, avisa Milanesi.
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