O site ''ptnosenado.org.br'' tripudia a manifestação dos policiais federais programada para esta quinta-feira, 27, em São Paulo. Na sua ótica transversa, o articulista petista sugere que a manifestação, pacífica – diga-se de passagem – tenha sido articulada após o pronunciamento de mais um parlamentar que nos apoia, no caso, o senador Alvaro Dias, líder do PSDB no Senado.
Se tivesse buscado mais informações, o autor desta matéria teria descoberto que outra ''grande'' manifestação estará ocorrendo, ao mesmo tempo, em Niterói/RJ, no MAC (Museu de Arte Contemporânea) e uma outra em Belo Horizonte, assim como já ocorreram ''grandes'' manifestações em Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Maceió, Salvador, etc etc etc – aliás, para resumir, em todas as localidades onde há bases da Polícia Federal.
Se fosse um pouco mais atento, constataria que os Agentes, Escrivães e Papiloscopistas estão buscando apoio em todos os partidos, incluindo aí os parlamentares do Partido dos Trabalhadores, que no passado, sempre tiveram destacada atuação na defesa dos interesses dos trabalhadores do setor público. Não há, portanto, que ''partidarizar'' esta luta que é legítima e já dura mais de 900 dias, infelizmente sem nenhum resultado prático.
A miopia atrapalha. No entanto, muitas vezes, as pessoas só enxergam aquilo que querem ver.
Veja a matéria:
Opinião: Oposição, agora, apoia a greve da PF
Qua, 26 de Setembro de 2012 17:50
Escrito por PT Senado
Sob o argumento de que a categoria de agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal deve ter garantida a reestruturação das carreiras consideradas de Estado – não podem fazer greve – a oposição decidiu consignar apoio ao movimento grevista e até mesmo para a “grande” manifestação agendada para esta quinta-feira (27/09). Estranhamente, a manifestação não vai ocorrer em Brasília, onde está a sede do Departamento de Polícia Federal e do Ministério da Justiça a quem a PF está subordinada, mas em São Paulo, na Avenida Paulista.
O recado desse “apoio incondicional” à reivindicação da Federação dos Policiais Federais (Fenapef) foi feito pelo líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), em discurso no começo da tarde de hoje. Mas o que disse Álvaro Dias: “ocupamos hoje a tribuna para manifestar nosso apoio irrestrito ao Projeto de Reestruturação Salarial dos cargos de agente, escrivão e papiloscopista da Polícia Federal. Chamo atenção para o fato de que o pleito transcende um mero reajuste salarial e foi precedido de longa negociação”.
De fato, o governo Lula inaugurou a partir de janeiro de 2003 um processo de valorização das carreiras de Estado – inclusive a Polícia Federal – após passarem oito anos sendo desrespeitadas pelo governo demo-tucano de FHC. No Ministério do Planejamento, a Secretaria de Relações do Trabalho comemora o fato de ter em funcionamento, há dez anos, uma Mesa Permanente de Negociação para todas as categorias do serviço público federal. Nas últimas negociações, quem não quis continuar as conversas e optou pela continuidade da greve que já dura 51 dias foi a entidade que representa os agentes, escrivães e os papiloscopistas.
Apesar de o Ministério da Justiça e a direção geral da Polícia Federal estarem trabalhando para reduzir os efeitos à população, é estranho que agora o PSDB decida consignar “seu apoio incondicional” à greve dos agentes, e apoiar, inclusive, uma manifestação em São Paulo, poucos dias das eleições municipais.
Ao emprestar a causa à disputa política – não aceitando o diálogo que continua aberto há dez anos na Mesa Permanente de Negociação do Ministério do Planejamento – quem sai perdendo são os agentes, escrivães e papiloscopistas. Esse movimento da oposição chama atenção pelo histórico abandono que sempre foi uma marca registrada do governo tucano em relação aos servidores públicos, mas agora na tentativa de ser a salvação para seu candidato à prefeitura de São Paulo que lidera as pesquisas de rejeição de voto. Acontece que os paulistanos não aprovam essa greve.
Marcello Antunes
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