Fonte: O Globo
Segundo o MP, secretária teria ligação com esquema em fundos de pensão
A Polícia Federal está investigando o envolvimento de Flávia Peralta de Carvalho, funcionária do Senado, com suposta lavagem de dinheiro da organização do doleiro Fayed Traboulsi e do policial Marcelo Toledo. O Ministério Público do Distrito Federal chegou a pedir a prisão temporária de Flávia, mas o pedido foi rejeitado pelo Tribunal de Justiça. Flávia foi nomeada como assistente parlamentar de imprensa em ato secreto do então presidente do Senado, José Sarney (PMDB- AP), em 17 março de 2009. Atualmente, Flávia é secretária da assessoria de imprensa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Pelas investigações da Polícia Federal, a organização de Fayed e Toledo desviou R$ 50 milhões de fundos de pensão de servidores de prefeituras e governos estaduais nos últimos anos. Toledo e Fayed estão entre os 23 presos durante as operações Miqueias e Elementar, lançadas há 12 dias. O nome da secretária aparece no contrato social das empresas SCIA Comércio e Atacadista, Varejista, Exportação de Vidros, Espelhos, Vitrais e Molduras, Silo Sistemas Construtora e Incorporadora e Investimentos Imobiliários, Arte Verde Cerimonial e Ambientação e Acácia Cerimonial e Ambientação.
SERVIDORA DIZQUE NÃO ESTÁ ENVOLVIDA
Nos documentos, Flávia seria sócia do pai, Flávio Júnior Carvalho, o Crente, apontado pelos promotores do caso como um dos principais cúmplices de Fayed e Toledo. Mas para os promotores do caso, ela não é apenas uma figurante. “A atuação dela não se limita a figurar como sócia das empresas, mas possui atuação ativa, na medida em que efetuou saques nas diversas contas investigadas”, informa o promotores ao justificar o pedido de prisão temporária da secretária. O Tribunal de Justiça entendeu, no entanto, que promotores e policias poderiam prosseguir as investigações sem a prisão dela.
No documento, os promotores destacam o papel de Flávio Carvalho na estrutura da lavagem. Segundo eles, Carvalho “lidera uma das células da organização criminosa” como dono de empresas-fantamas “em cujas contas bancárias circulam quantias milionárias, em movimentações atípicas” Para o MP, Carvalho coordena “laranjas” que emprestariam nomes para a criação de empresas de fachada. A partir de contas dessas empresas, movimentava-se do dinheiro do grupo.
Pelas informações do portal do Senado, Flávia tem salário de R$ 4.288,50 como assistente parlamentar júnior da presidência do Senado, cargo de confiança. Segundo a assessoria de Renan Calheiros, o senador não conhece a funcionária e Flávia teria explicado ao chefe direto que não tem qualquer envolvimento com os negócios do pai. Ela apenas teria “descontado” alguns cheques. A explicação foi considerada satisfatória. Flávia foi orientada a contratar advogado para processar quem fizer denúncias infundadas contra ela.
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