Fonte: Blog do Servidor
Ministra do Planejamento chama EPAs para negociar. Belchior critica a “mania” dos servidores de comparar salários e diz que militares ganham tão bem quanto ministros
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, fez ontem um apelo aos agentes, escrivães e papiloscopistas (EPAs) da Polícia Federal, única categoria que não aceitou o reajuste de 15,8% (5% ao ano, em três parcelas até 2015), ofertado pelo governo, em 2012, após a greve de 70 dias.
Durante audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO), do Congresso Nacional, para discutir o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2015), a ministra voltou a lembrar que as portas estão abertas aos EPAs. “Isso nos preocupa. O prazo legal (5 de junho), devido à legislação eleitoral, vence em breve. Eles ficarão mais uma vez sem reajuste”, afirmou.
Miriam Belchior disse que, apesar das constantes demonstrações de insatisfação do funcionalismo, não teme greves de servidores públicos durante a Copa do Mundo. “É um direito das pessoas se manifestarem. Porém, temos um acordo assinado até 2015 com 99,7% das categorias”, alertou.
Militares
A ministra do Plenejamento falou também sobre a situação dos militares e não deu boas notícias. Lembrou que a política salarial para servidores passou por duas etapas. A primeira foi a recuperação das perdas anteriores a 2003. E, depois, a manutenção do poder de compra, com ajustes em carreiras específicas, onde se incluem os militares, que ganharam, segundo ela, aumento de 30% na folha de pagamento, em consequência do acordo assinado e válido até 2015.
Ela contestou dados apresentados por parlamentares, de que o reajuste de 28,86% – demanda antiga da caserna – já esteja autorizado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). “A posição da Advocacia-Geral da União (AGU) é de que os processos estão em discussão e dependem de decisões judiciais. Além disso, eles ganham tão bem quanto um ministro”, provocou, ao destacar que há uma “dificuldade” em atender as reivindicações. “Os próprios números citados pelos parlamentares já mostram os níveis de gastos. São R$ 5 bilhões daqui, R$ 1,6 milhão de lá. E afinal, o orçamento do Ministério da Defesa dobrou de 2008 a 2013”, argumentou.
Para reforçar que o governo olhou os militares como prioridade, Belchior destacou que os investimentos para a Defesa foram colocados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como forma de evitar o contingenciamento das verbas. Por fim, a ministra deixou claro que não há disposição dda atual gestão em abrir quaisquer exceções. “”Há sempre uma tendência de equiparação na Esplanada. Os militares não estão ganhando menos que outras categorias. Mas o problema é a comparação, a atitude corporativa”, criticou.
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