Rio – Agentes da Delegacia da Polícia Federal (PF) do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim prenderam, na manhã de ontem, um dos envolvidos na morte do escrivão Rônei Cândido Resende, 32 anos, executado com nove tiros de fuzil durante tentativa de assalto na noite do dia 9, na Linha Amarela. Carlos Henrique Martins Gonçalves, o Peixe, 21 anos, foi preso em casa, no Morro do Engenho, no Engenho da Rainha. De acordo com as investigações, o assassinato teria sido filmado pelos criminosos num celular e as imagens seriam exibidas em um baile funk.
O escrivão deixou a delegacia do aeroporto e seguia para casa, em Todos os Santos. Entre as saídas 2 e 3 da Linha Amarela, o policial foi cercado por pelo menos quatro homens armados, que queriam levar seu carro, um Vectra quatro portas. “É um carro veloz e ágil, de muito interesse para quem pratica os chamados bondes (comboio de bandidos)”, explicou a delegada Ana Maria Pompílho da Hora, responsável pelas investigações.
Pelo relato de testemunhas, os bandidos descobriram que Rônei era policial federal por causa de sua carteira funcional e pela credencial de acesso ao aeroporto, que estava escondida embaixo da camisa. Ao ser identificado como agente, ele foi levado pelos criminosos para o Morro do Engenho, onde foi torturado na presença de mais de 15 homens.
TORTURADO E QUEIMADO
Depois da tortura, Rônei foi morto e teve a parte de cima do corpo carbonizada, para dificultar a identificação. “Depois, os bandidos o colocaram no porta-malas do Vectra, que foi abandonado em área de facção criminosa rival, para prejudicar as investigações”, contou a delegada Ana Maria. “Uma testemunha viu a ação dos criminosos e ligou para o Disque-Denúncia (2253-1177), que recebeu diversas informações sobre o crime e nos ajudou muito na investigação”, completou a policial.
O veículo do escrivão teve os vidros quebrados e foi todo danificado. “Eles quebraram o carro todo para facilitar na hora de atear fogo ao veículo. O que não esperavam era que uma testemunha fosse jogar água no carro para apagar o incêndio, o que também nos ajudou muito na apuração do crime”, disse a delegada.
De acordo com a PF, Peixe é gerente de uma das bocas-de-fumo do Morro do Engenho, dominado pela facção criminosa Comando Vermelho (CV). No depoimento prestado na tarde de ontem na delegacia do aeroporto, Peixe deu os nomes dos comparsas e confessou como matou o policial. A Polícia Federal agora tenta localizar os outros criminosos e o celular em que foi feito o vídeo da execução.
GAROTA DE 13 ANOS SUSPEITA EM MORTE DE POLICIAL
Uma adolescente de 13 anos foi apreendida na manhã de ontem na Praia de Mauá, em Magé, acusada de participação na morte do policial reformado Darli de Abreu Costa, 66 anos. O crime aconteceu na segunda-feira, durante um assalto à casa do ex-PM, no bairro de Fragoso, em Magé. A vítima morreu asfixiada depois de ter sido amordaçada. Outros acusados de participar do crime, Luiz Carlos de Oliveira Lima Júnior, 18 anos, e o comerciante André Luiz dos Santos Mesquita, 31, também foram presos ontem em Mauá.
Luiz Carlos confessou ter assaltado a casa do PM reformado com a ajuda da adolescente. Ele contou que roubou um DVD e dinheiro da vítima, que foi dominada e amarrada. Ele disse também que vendeu o DVD roubado ao comerciante André Luiz, que foi preso por receptação.
“A menor era conhecida do PM reformado e, através dela, o outro rapaz teve acesso à vítima. Depois, ela saiu da casa da mãe, em Fragoso, e foi para a casa de amigos na Praia de Mauá, onde foram feitas as prisões e a apreensão da menor”, relatou o tenente Marco Antônio, chefe do Serviço Reservado (P-2) do 34º BPM (Magé). O caso foi registrado na 66ª DP (Piabetá). A adolescente foi levada para o Juizado da Infância.
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