MARIANA CARNEIRO – Folha de São Paulo
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta quarta que a crise atual é tão grave quanto a de 2008, quando um dos maiores bancos dos EUA foi à falência e provocou o congelamento do crédito mundial. Mantega comparou ainda 2012 a 2009, ano em que a crise abalou as economias do mundo todo e o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil encolheu 0,3%.
“Eu diria que 2012 se assemelha a 2009, sem o mergulho que houve naquela ocasião. Porém, temos que ter a consciência de que nós estamos enfrentando uma crise bastante grave e que não vai ser solucionada no curto prazo”, disse Mantega. “Essa crise parece menos intensa do que a de 2008 mas não é, só tem formato diferente. [O ano de] 2008 começou com grande estresse, com a parada súbita do comercio e do crédito. Por isso todo mundo ficou impactado, achando que era mais forte do que agora”, afirmou.
Mantega afirmou que a crise de agora começou mais lentamente, mas está se agravando e os mesmos “efeitos deletérios daquele momento”.
Segundo o ministro, os países desenvolvidos que estão no centro da crise têm menos instrumentos para agir.
“Hoje já temos efeitos semelhantes à crise de 2008. Com a diferença de que, em 2008, tínhamos o epicentro nos EUA, o Fed [o banco central dos EUA] tinha mais rapidez para enfrentar a crise, que o Banco Central Europeu não tem. Então a crise vai se agravando e vai sendo empurrada com a barriga. Então hoje você tem uma gravidade tão grande quanto em 2008”, disse.
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