Quando criamos a Cooperativa de Economia e Crédito no Rio Grande do Sul,
conseguir a rubrica para a mesma foi uma novela. Recorri a meio mundo. Já
estava ficando desanimado com tanta burocracia. Foi quando recebi o
conselho salvador: procura o Roldão. Não gosto de incomodar ninguém, mas
não sabia mais o que fazer. Segui o conselho e o procurei. Sem demora, ele
largou o que estava fazendo e me apresentou aos corredores intrincados dos
Ministérios e seus gabinetes inatingíveis para neófitos como eu. A rubrica
foi conseguida. Aprendi que só um amigo como o Roldão era capaz de ensinar
tudo o que sabia e abrir portas sem exigir nada em troca.
Quando esteve em Porto Alegre passando sua experiência na área em que era
um mestre o convidei para jantar. Roldão era um tímido. Tentei estabelecer
conversa sobre vários assuntos, mas só com muita insistência consegui
arrancar um diálogo. Olhava tudo, pensava muito antes de emitir qualquer
opinião. Era o jeito dele. Demorou bastante, mas através de amigos comuns,
tive a felicidade de saber que gostou da nossa conversa e das opiniões que
trocamos.
O Roldão foi embora, estamos todos tristes. É mais um amigo que parte.
Gente como ele faz falta, mas a vida é assim. Os latinos já diziam que em
“media vita in morte sumus…” Numa tradução livre, poderíamos dizer: em
meio à vida já a morte nos envolve. É isso mesmo, o Roldão precisava viver
muito, ainda. Sua competência e bondade farão falta. Para o nosso amigo
Roldão, só posso repetir um velho ensinamento: o destino nos dá os irmãos,
mas o coração escolhe os amigos.
O coração da família policial federal o escolheu como amigo. Descansa em
paz irmão. A saudade já está doendo.
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