Os policiais estão cada vez mais perplexos com a falta de posicionamento da Administração em relação à Carreira Policial e suas mazelas.
Infelizmente não se pode afirmar o certo o real motivo, mas é certo que impõe a manutenção do “poder pelo poder”, impedindo que outros servidores possam ser reconhecidos ou valorizados, sendo esse um grande defeito do serviço público como um todo.
Com a promulgação da Constituição de 1988, ficou expressamente proibido o provimento a cargos sem concurso prévio, acontece que então deveriam ser promovidas as adequações nos órgãos, pois como está, não se prima pelo conhecimento e não existem incentivos ao bom trabalhador, pois nenhum valor será agregado.
A constituição, porém, expressa claramente que a Polícia Federal é estruturada em carreira, mas não demonstra qual seria a regra e os critérios de promoção e os Delegados a interpretam pela tradição colonial para afirmar que são eles os Chefes de Polícia, se baseando no texto que normatiza a atuação das Polícias Civis estaduais.
Quando se referem aos demais integrantes da Carreira policial, acontece de modo depreciativo, do tipo: os Delegados e o resto. Essa infeliz metáfora, somente segrega e agrava o caos interno no DPF.
Os sindicatos e a Federação Nacional dos Policiais Federais aprovaram um calendário de mobilizações que seria iniciado com uma paralisação de todas as atividades no dia 22 de outubro.
O Ministro da Justiça em uma demonstração de boa vontade, ofereceu aos sindicalistas uma proposta de trégua, quando nomeou uma comissão para elaborar um novo projeto de Lei Orgânica, com um calendário oficial já com a data marcada para entrega do texto final em 12 de novembro próximo.
Os sindicatos em todo o país avaliaram e decidiram dar um crédito de confiança ao Ministro, pois sabe-se que a paralisação seria iniciada para provocar a abertura das negociações e com essa convocação, Tarso Genro teria ido além das expectativas iniciais para as ações do Governo, apesar do fato da também ser público e notório, que essa posição conciliadora somente chegou as vésperas de um movimento que certamente refletiria no resultado do 2º turno da eleições.
De qualquer sorte, os sindicalizado de todo o país, já estão cansados das injustiças internas: não há um plano de saúde gratuito, não há treinamento adequado, não existe um seguro de vida, não há custeamento de despesas em caso de acidentes ou falecimento, não há valorização do servidor, não existe reconhecimento do bom trabalho.
Todos sabem que a Polícia Federal goza de altos índices de reconhecimento e credibilidade perante a opinião pública, porém quem fez o trabalho, quem sujou as mãos mexendo no lixo da corrupção, narcotráfico, contrabando, etc, está sendo esquecido e traído.
Os policiais federais de verdade merecem respeito, pois são capazes, graduados e pós-graduados, além de inúmeros mestres e doutores, mas que apesar da exigência do nível superior para o ingresso, são tratados como inferiores.
O servidor do Departamento de Polícia Federal merece respeito, valorização e dignidade e não mais aceitarão serem chefiados por quem conhece menos, sabe menos e trabalha menos, tendo o único valor relacionado a um concurso público disputado pelos “cabeções” que estudaram muito, porém que não conhecem a Polícia e os anseios sociais.
Imaginem se os Policiais também desejarem passar no concurso para chefe, que é a real faceta do concurso para Delegado, quem irá trabalhar, pois o tempo mínimo de estudo para ser aprovado, em ritmo diário de no mínimo 08 horas é de três anos. Então todos parando de trabalhar por três anos seria a solução????????
UNIDOS SEREMOS MAIS FORTES
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