PF investiga ação de agentes da Abin no caso que levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas. Tarso Genro diz que processo pode ser corrigido
Pelo menos dois arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) acessaram clandestinamente o Guardião, o principal aparelho de escuta telefônica da Polícia Federal. O fato aconteceu em março, na Superintendência da PF
Para ter acesso ao equipamento de escuta, os arapongas usaram senhas de dois agentes federais sem que eles soubessem. A presença dos arapongas também foi confirmada por 32 fotografias de imagens gravadas pelo sistema de vídeo interno, onde estão registradas a movimentação dos servidores da Abin, que tinham a missão de ouvir gravações, fazer transcrições de diálogos e realizar pesquisas sobre suspeitos.
O trabalho foi realizado no 9º andar da superintendência. “Para chegar à sala, foi necessário passar por duas portas, que foram abertas com a identidade de policiais (da equipe de Protógenes). Eles chegavam, passavam a identidade e as portas se abriam”, contou um dos arapongas em depoimento ao delegado Amaro Vieira Ferreira, da Corregedoria-Geral da PF
Exemplo
Tarso Genro disse que Protógenes promoveu uma ação “espetaculosa” que servirá como exemplo negativo. “A Satiagraha será exemplar na correção de erros que ocorreram – e estão sendo corrigidos – e paradigmática no próprio inquérito”, disse o ministro, após encontro com o prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), na Fundação Getúlio Vargas (FGV). O delegado poderá ser indiciado pela PF pelos crimes de quebra de sigilo funcional, desobediência, usurpação de função pública, prevaricação e violação telefônica. A pena prevista é de ao menos três anos e meio.
“É um inquérito normal, está no caminho legal, processual. As investigações do caso Daniel Dantas continuam sendo feitas e não foram interrompidas em nada”, declarou o ministro. Segundo ele, se Protógenes “não cometeu nenhum erro, sairá fortalecido. Se cometeu, vai ser julgado pela Justiça”. “Não tem nenhuma interferência (do ministério), nem nenhuma intimidação. Ao contrário, isso dá tranqüilidade para os policiais e para a sociedade, porque se vê que a PF também cuida dos seus quando cometem eles algum erro”, disse Tarso.
ADIADO
O julgamento sobre o afastamento do juiz Fausto De Sanctis do processo que investiga crimes financeiros supostamente cometidos pelo banqueiro Daniel Dantas foi adiado ontem. O caso seria julgado nesta segunda pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª região,
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