Fonte: Agência Sindipol/DF
A implantação de escutas na cela do doleiro não destrói a operação da Polícia Federal, mas demonstra as ingerências dentro da corporação. O que pode estar acontecendo é uma tentativa de desqualificação da operação lava jato, por meio de grampos indesejados ou supostamente plantados¹.
Vejam que as coincidências vão se entrelaçando, temos aprovação de PECs, que beneficiam apenas determinado segmento dentro da PF. Logo após, surge um maciço investimento em propaganda, que faz uma simbiose indevida, vendendo autonomia investigativa, mas realmente entregando um pacote de benesses meramente corporativistas².
Para a população, deve ficar claro que, caso sejam confirmadas as denúncias do uso de grampos ilegais, poderemos assistir a um verdadeiro teatro, que terá por escopo comprometer as investigações que têm sido realizadas de forma objetiva e contundente. Não faltam motivos para a desconfiança sobre interesses particulares/corporativistas nessas ações que estão tornando a Superintendência da Polícia Federal, no Paraná, uma “grampolândia”.
Afinal, a indagação é sobre a quem interessa colocar escutas na cela do alvo da operação e como o aparelho foi implantado, já que as visitas são realizadas apenas por familiares e advogados. Esse questionamento coloca em jogo a ingerência política na gestão do órgão e da investigação. Observemos que toda a equipe e os investigadores têm atuado de maneira correta, fazendo o seu trabalho com lisura, acompanhamento e direcionamento do Ministério Público e autorização do Judiciário.
Aqui, nos ares do planalto central, alguns representantes de cargo, conforme denúncias na mídia³, lutam por uma autonomia disfarçada e corporativa, travestida de investigativa, que seria adquirida, segundo ela, pela aprovação da referida PEC. Resta torcer para que os responsáveis não saiam ilesos da ilegalidade cometida, por “falta de provas” e o trabalho dos verdadeiros Policiais Federais não seja manchado por uma minoria ávida pelo poder.
Nota divulgada pela Polícia Federal
“A Polícia Federal, no dia 10/4, às 17h, em revista de rotina às celas da carceragem da Superintendência Regional no Paraná, encontrou um equipamento eletrônico estranho àquele ambiente. O dispositivo foi apreendido e passará por perícia técnica para se identificar a natureza da peça.
Os advogados de um dos presos, na Operação Lava Jato, só após a revista realizada pela polícia, uma hora mais tarde, protocolaram uma petição na Justiça Federal, com acusações que serão alvos de apuração.
A PF também vai investigar como o dispositivo entrou na cela, uma vez que apenas advogados e familiares têm acesso ao preso. A PF esclarece que não faz escutas clandestinas”.
Entenda o caso:
¹ PF abre nova auditoria para investigar escuta encontrada na cela de Youssef
² Policiais Federais do DF protestam contra a PEC 412
³ PF apura denúncia contra delegados da Lava jato
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