Blog do Josias – 09/08/2012
Quando era oposição, o PT dedicava-se à percussão. Seu negócio era fazer barulho. No governo, exibe um insuspeitado talento melódico. Cuida de todos os sons da orquestra. Tenta evitar que desande o fraseado da música.
Líder do PT na Câmara, o deputado Jilmar Tatto, percussionista notório, vê-se agora compelido a seguir a partitura de Dilma Rousseff. Uma partitura que não orna com a gritaria dos servidores públicos em greve.
“O governo vai apresentar uma proposta, mas nunca é aquilo que o funcionalismo quer. Mas também nunca antes da história deste país o funcionalismo foi tão valorizado, como no governo Lula e no governo Dilma”, disse Tatto.
Destoando do sindicalismo estatal ligado à CUT, o deputado afirma que o governo precisa ser “cuidadoso” no trato com os seus grevistas. Alega que não se pode fechar os olhos para a crise econômica internacional.
“Há também a preocupação do governo de desonerar outros setores da economia. Você não pode potencializar só o aumento do funcionalismo”, acrescenta Tatto. Chega mesmo a dizer que o atual modelo do Estado “se esgotou.”
Aos olhos das corporaçães que cobram de Dilma um tônico salarial, Tatto assemelha-se a um folião deslocado rodopiando em baile carnavalesco fora de época. Fantasiado de tucano, dança na ala dos neoliberais. Não vai ganhar o prêmio de originalidade.
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