O governo Federal vai criar, junto com a Polícia Federal (PF) e a Interpol (Polícia Internacional), um hotline para rastrear sites que promovam a exploração sexual infantil e receber denúncias.
O anúncio foi feito, ontem, no Rio, durante o lançamento do 3º Congresso Mundial de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que acontecerá no Brasil em novembro.
A primeira-dama Marisa Letícia da Silva, que é presidente de honra do congresso, chamou de “horror” a situação da prática da exploração sexual no Brasil.
– É um horror, temos que mudar, começar a discutir esse assunto, levar para dentro de nosso trabalho – declarou, durante o lançamento oficial do congresso.
Três meses
O evento, contudo, só acontecerá entre os dias 25 e 28 de novembro deste ano, no Riocentro, na Zona Oeste do Rio. O hotline entrará no ar dentro de três meses, de acordo com a subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente do governo Federal, Carmem Oliveira. Segundo ela, a página de internet, que ainda não tem endereço, servirá para a PF rastrear sites que promovam a exploração sexual infantil e ainda receberá denúncias específicas sobre esse tipo de crime.
– Isso nos aciona diretamente à PF, o que não podemos fazer atualmente – declarou.
O uso da internet e novas tecnologias para o crime de exploração sexual infantil será o foco do congresso, segundo o ministro-chefe da da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi.
Embora reconheça que o crime ainda constitui uma “chaga” para o Brasil, Vannuchi disse achar “totalmente intolerável” que haja prostituição de menores de 18 anos no país.
Caminho certo
Para a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Marie Pierre Poirier, o país está “no caminho para acabar” com a exploração sexual infantil, mas fatores como a exclusão social e a pobreza ainda contribuem para o problema. Poirier afirmou ainda que o uso da internet para a exploração sexual no Brasil preocupa a ONU.
– Temos que ir na base do fenômeno, nas populações pobres – disse a representante da Unicef.
Para a subsecretária Carmem Oliveira, “a exploração sexual começa no interior, nas populações ribeirinhas”.
– O turista sexual não é nosso inimigo número 1 – acrescentou.
A subsecretária elogiou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia do Senado. Disse que a CPI já conseguiu “resultados efetivos”, como a liberação de parte dos arquivos de sites de internet nos quais podem constar crimes de exploração sexual de menores.
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