Fonte: Agência Sindipol/DF
Já no Brasil, a situação só tende a piorar com a falta de investimentos em segurança e educação
No Brasil, dados de 2014 registravam déficit de mais de 230 mil vagas nas penitenciárias. A Noruega, por exemplo, naquele mesmo ano, tinha 1300 condenados aguardando vagas, embora apresente baixos índices de criminalidade no país. Além disso, a taxa de reincidência de criminosos na Noruega é de 20%, uma das mais baixas do mundo, de acordo com a BBC. Mesmo com baixos índices, no ano passado, foi informado que o país exportaria presos para a Holanda, onde já são recebidos condenados belgas, desde 2009. Uma medida para evitar a superlotação carcerária e permitir a manutenção das penitenciárias norueguesas.
Na Holanda, por sua vez, em 2013, o Estado confirmou a diminuição da taxa de criminalidade e a pretensão de fechar 19 prisões para economizar 277 milhões de euros no orçamento. Entre as principais causas da redução está o uso de tornozeleiras com rastreadores nos criminosos. Em 2009, oito unidades prisionais haviam sido fechadas, quando foi discutido o desaparecimento dos empregos nesses segmentos e, então, passaram a importar os prisioneiros da Bélgica, para manter o contingente em funcionamento.
Em toda a Europa, estima-se 100 presos para cada 100 mil pessoas, enquanto no Brasil, são 300. Segundo relatório do Departamento Penitenciário Nacional, divulgado em maio deste ano, a população carcerária, por aqui, alcançou 607.731 presos, em junho de 2014. Ou seja, 299,7 presos para cada 100 mil habitantes. Desde a década de 1990, o número aumentou 575%, quando havia 90 mil presos. O Brasil é o quarto país do mundo em população prisional, e em relação aos presos domiciliares, o 3º, com número acima de 715 mil presos.
Faz-se mal uso das penas alternativas no país, prende-se muita gente não violenta, cerca de 50% dos presos. Nas cadeias brasileiras, cerca de 67 pessoas são assassinadas para 100 mil detentos, por ano. Mensalmente, é gasto de R$ 2 mil a R$ 3 mil com cada encarcerado.
Os investimentos em estudos e educação fora do país, resultam no fechamento dos presídios, bem como a falta de políticas de segurança pública eficazes, baseadas no conhecimento específico e na distribuição justa de cargos. A qualidade do ensino deixa o Brasil entre as últimas posições segundo o exame Pisa, prova internacional da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 62 países. Em leitura, os brasileiros ocupam o 49º lugar e a 53ª posição em matemática.
Fontes:
“Segurança pública no Brasil é um engodo e não produz Justiça”
A explosão carcerária é uma tragédia anunciada (agora mais de 600 mil presos)
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