Fonte: G1
José Eduardo Cardozo afirmou que governo está mais preparado para atos.
Ele também disse não acreditar em greve de agentes da Polícia Federal.
Da esq. para a dir., o general José Carlos de Nardi (chefe do Estado-maior das Forças Armadas), os ministros Celso Amorim (Defesa), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Thomas Traumann (Comunicação) e o delegado Andrei Rogério (secretário extraordinário de Segurança apara Grandes Eventos), durante entrevista a jornalistas estrangeiros no Palácio do Planalto (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta sexta-feira (23) que o governo espera protestos menores do que aqueles que ocorreram durante as manifestações populares de junho do ano passado. Ele disse, no entanto, que o governo e as forças de segurança estão mais preparadas para lidar com os atos, respeitando o direito de expressão das pessoas.
“A nossa sensação é que elas terão uma dimensão menor do que aconteceu em junho, [com] as informações que nós temos. Agora, nós estamos preparados, sinceramente falando, para qualquer situação que porventura ocorra”, disse o ministro, numa entrevista concedida a jornalistas estrangeiros sobre a segurança durante o Mundial no Palácio do Planalto.
Cardozo lembrou que durante a Copa das Confederações, em junho passado, protestos com cerca de 300 mil pessoas não causaram atraso nos jogos e que “nenhum incidente grave ocorreu”.
Ele ainda voltou a afirmar que as manifestações são legítimas, desde que “abusos” não sejam cometidos tanto por policiais quanto por manifestantes. O ministro ressaltou que desde junho do ano passado o governo federal tem discutido com secretarias estaduais de segurança pública ações que possam evitar violência por parte de policiais.
“Eu acho que aquelas situações que aconteceram na Copa das Confederações não deverão se repetir, até porque aprendemos com aquela lição e sabemos que, evidentemente, as forças policiais estão mais preparadas e capacitadas para atuar nesses casos”, afirmou.
O evento ocorrerá no Brasil entre 12 de junho e 13 de julho, em 12 cidades-sede – Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre, Recife e Natal. A abertura será no dia 12, em São Paulo, com jogo entre Brasil e Croácia.
Torcidas estrangeiras
Durante a entrevista, Cardozo e o ministro da Defesa, Celso Amorim, foram indagados sobre como será o tratamento a torcidas organizadas de outros países, como os hooligans, da Inglaterra, e os barras-bravas, da Argentina. Ambos responderam que “certamente” haverá acompanhamento por parte das autoridades brasileiras para que atos ilícitos não sejam cometidos por esses torcedores.
“Eles têm sido, além de outras coisas, constante objeto de troca de informações entre governos e polícias. De tal maneira que a situação do ingresso no país e após seu ingresso as ações serão decididas sempre de acordo com a legislação brasileira, que é muito clara. (…) Certamente haverá acompanhamento da segurança pública para que não sejam cometidos atos ilícitos. Nossa atenção é total”, disse Cardozo.
Celso Amorim reforçou que o Brasil está preparado para garantir a segurança tanto de brasileiros quanto de estrangeiros em caso de manifestações.
“Eu queria dizer que o Brasil, do ponto de vista da segurança, está perfeitamente preparado para proteger os seus cidadãos e os estrangeiros que virão para a Copa”disse.
Segundo Amorim, a preparação das forças armadas não começaram “há dois meses ou há um ano”. “Essa preparação vem de longe. Na realidade, desde que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa. Nós tivemos observações em outros eventos com a Copa da Africa, em 2010, e as Olimpíadas de Londres, em 2012”, afirmou.
Greve da PF
Questionado por jornalistas sobre a possibilidade de greve de policiais federais durante a Copa, Cardozo reafirmou não acreditar que haja paralisação. Segundo ele, governo e sindicato dos agentes da PF estão em negociação e no caso de ocorrer a greve, o governo já sabe como agir.
“Não creio na possibilidade efetiva [de greve], porém, é importante deixar claro que em qualquer situação nós temos planos alternativos e, se porventura houver greve de algum segmento policial, temos totais condições de termos alternativas de resposta para que não tenhamos nenhum problema. Um bom plano se faz assim, com estratégias”, disse Cardozo.
Ações de defesa
Segundo Celso Amorim, o governo federal destinou R$ 1,9 bilhão às ações de segurança para a Copa. O ministro da Defesa afirmou que as Forças Armadas estão “preparadas” para atuar no período do mundial.
Ainda de acordo com o ministro, as ações da pasta envolvem segurança e monitoramento dos espaços aéreo, marítimo e fronteiras. Amorim disse a jornalistas que 21 mil militares serão destacados para ações de contingência, no caso de situações de crise.
O monitoramento aéreo será feito por aviões Super Tucano e caças. Nas cidades-sede da Copa haverá centros de comando, operados por forças federais e estaduais, e que irão monitorar tanto estádios como áreas próximas às arenas. Além disso, a Marinha será a responsável pelo monitoramento marítimo e fluvial.
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