Marcelo Auler
Macaé – As investigações da Polícia Federal (PF) em torno do desaparecimento de notebooks e discos rígidos com informações sobre o poço de Júpiter até agora apontam uma maior probabilidade de o crime ter acontecido no terminal de contêineres Poliportos, na zona portuária do Rio. Nos últimos dois dias, equipes do setor de inteligência da PF estiveram procurando mais informações no local.
Ontem à noite, os delegados Élcio Vicente da Silva e Wellington Clay Corcini, respectivamente de Brasília e do Rio, estiveram em Macaé para uma reunião com a delegada Carla Dolinski, que preside as investigações. A polícia investiga o roteiro terrestre do contêiner entre o porto do Rio, aonde chegou no dia 25 de janeiro, e o escritório da empresa americana Halliburton em Macaé, onde foi descoberto o furto no dia 31.
Nesse trajeto, há três lugares onde o crime pode ter ocorrido. Primeiro, no terminal Poliportos, onde ficou cinco dias parado aguardando o transporte rodoviário, em uma área alugada pela Petrobrás. Depois, no posto de gasolina Mucelin, em Itaboraí, onde a carreta da transportadora Transmagno pernoitou de 29 para 30 de janeiro. E, por fim, na sede da Halliburton em Macaé, aonde chegou no dia 30 – o contêiner foi aberto no dia 31.
O rastreador do caminhão já mostrou à polícia que o veículo parou apenas no posto, por causa da forte chuva na tarde do dia 29. Quando o tempo melhorou, o motorista, percebendo que não conseguiria chegar a Macaé até as 23 horas – horário limite permitido pela empresa para que seus caminhões trafeguem -, preferiu pernoitar por ali e seguir no dia seguinte.
A polícia sabe que o posto tem segurança própria, o que faz com que seja pouco provável que o contêiner tenha sido arrombado no local. Por isso, todas as investigações estão centradas no Poliportos.
Informações oficiais da Delegacia Especial de Polícia Marítima (Depom) indicam que há 10 anos não há registros de assaltos no porto do Rio. O caso da Petrobrás já foi classificado como uma ocorrência especial.
Até o momento a PF não achou necessário investigar o percurso marítimo, feito entre os dias 18 e 25 de janeiro. O contêiner foi transportado da plataforma de perfuração NS-21, na Bacia de Santos, até o Rio em um rebocador contratado pela Petrobrás.
Ontem, a delegada Carla Dolinski ouviu três empregados da Petrobrás que trabalham em um terminal da empresa na cidade e não tiveram contato com a carga, dois empregados da Halliburton e um da Transmagno. O supervisor da Halliburton Reginaldo Matos, que já foi ouvido, esteve na delegacia para entregar documentos requisitados por Carla.
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