Agentes da auditoria interna da Polícia Federal aguardam autorização da Justiça para investigar o patrimônio dos policiais federais presos na quarta-feira, para comparar as posses de cada um deles com os vencimentos obtidos nos últimos cinco anos. O pedido de quebra dos sigilos bancário e fiscal depende de permissão do juiz Rober to Rozemberg Hartmann, da 2ª Vara Federal Criminal.
Segundo denúncias feitas aos auditores, um dos policiais presos seria proprietário de um terreno avaliado em R$ 1 milhão na Zona Oeste, quatro imóveis na Barra da Tijuca e Copacabana e sócio majoritário em cinco empresas. De acordo com o Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal, a média salarial de um policial federal é de R$ 5 mil por mês, sem contar as diárias de R$ 100 pagas quando o servidor viaja a serviço para outro estado e as gratificações extras, caso ocupe cargos de chefia.
A prisão temporária dos quatro policiais foi autorizada na quarta-feira pelo juiz Roberto Rozemberg Hartmann, da 2ª Vara Federal Criminal, com base no inquérito que apura a compensação de três dos 23 cheques furtados do Clube Privê Cinco Estrelas, no Recreio dos Bandeirantes, no valor total de R$ 17 mil. No local, onde eram promovidas rinhas de galo com apostas de até R$ 50 mil, foram flagrados o publicitário Duda Mendonça e o vereador Jorge Babu (PT).
O delegado Tácio Muzzi Carvalho e Carneiro, encarregado do inquérito, vai entregar o relatório à 2ª Vara Federal Criminal na segunda-feira. Ele também pedirá a prorrogação da prisão temporária dos acusados no domingo, quando expira o prazo de cinco dias.
As informações de outros três inquéritos instaurados – troca de 17,5 dos 20 quilos de cocaína por outra substância ainda não identificada; homicídio e o furto de uma empilhadeira (já recuperada) – são compartilhadas pelos delegados responsáveis de apurar cada caso. A recomendação do superintendente é cruzar os dados para que os responsáveis pelo roubo dos R$ 2 milhões sejam identificados o mais rápido possível.
Ontem, os agentes afastados da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) – Ivan Carlos Maués e Adilson Álbio Vieira – e o escrivão da mesma delegacia, Fábio Marot Kahir, foram transferidos da sede da instituição para presídios diferentes.
O advogado Joel Correia, que representa o escrivão Fábio Kahir, disse que entrará com pedido de habeas-corpus hoje. O quarto agente preso, Marcos Paulo da Silva Rocha, afastado da Delegacia de Dia, também foi removido. A estratégia dos investigadores é pressionar os acusados para descobrir outras informações sobre o roubo de R$ 2 milhões. O corregedor afastado da PF, Victor Poubel, negou o convite para chefiar a Delegacia de Campos. Poubel decidiu fazer curso de capacitação.
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