A Polícia Federal espera recuperar nas próximas horas os R$ 2 milhões em euros, dólares e reais roubados dentro da Superintendência do Rio, depois de serem apreendidos durante a Operação Caravelas, que desarticulou uma quadrilha de traficantes internacionais de drogas. O roubo teria sido esclarecido com a confissão de um policial federal que já está preso.
Durante um longo depoimento, ele teria revelado detalhes do crime, apontando seus cúmplices. O roubo teria contado com a participação de três pessoas, entre eles dois agentes federais lotados na própria PF do Rio, na Praça Mauá. O dinheiro estaria com um homem que a Polícia Federal começou a procurar.
Além de confessar sua participação no roubo, o policial teria esclarecido como funcionava, na Superintendência da Polícia Federal do Rio, um milionário esquema envolvendo agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) no desvio de cocaína pura apreendida. A droga era retirada de dentro do cofre da PF e tinha dois destinos: era vendida a traficantes que controlam morros ou entregue a X-9 (informantes da polícia) como forma de pagamento.
Oficialmente, a PF não confirmou a informação, mas as investigações confirmaram que um grupo de policiais enriqueceu nos últimos anos.
Os cerca de R$ 2 milhões roubados há quatro semanas deveriam estar guardados numa sala-cofre no interior da DRE. Mas a PF já confirmou que o dinheiro sequer chegou ao cofre e que o arrombamento de seis portas constatado no local foi uma farsa montada pelos ladrões para confundir os investigadores.
Sete policiais federais já foram presos
Uma das repercussões do depoimento do policial federal foi a prisão de mais quatro pessoas no último sábado: três agentes da PF e um X-9. Eles estariam envolvidos em tráfico de drogas, num duplo homicídio na Barra da Tijuca ocorrido em março e no desvio de 23 cheques apreendidos ano passado numa rinha de galos no Recreio dos Bandeirantes. Agora, já chega a sete o número de policiais federais presos. Eles estão sendo acusados de formarem uma quadrilha com ramificações nos morros.
– Estamos nos sentindo traídos por esse grupo de criminosos. Se tudo isso ficar provado, podemos dizer que o crime organizado se infiltrou nas forças policiais – disse um delegado federal que está trabalhando nas investigações.
Desde sábado, estão presos na carceragem da Divisão Anti-Seqüestro (DAS), no Leblon, três agentes federais da DRE. Antes, tinham sido presos um escrivão e outros dois agentes, que estão em presídios do estado. De acordo com os investigadores, entre os sete presos, cinco estariam envolvidos com o tráfico de drogas.
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