Uma perícia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal indica que arquivos encaminhados pelo Banco Rural à CPI dos Correios foram adulterados. A PF informou que de seis arquivos com movimentações financeiras enviados pelo Banco Rural à CPI quatro estavam com alterações. A perícia foi encaminhada à comissão no fim da tarde. Se ficar caracterizada a destruição de provas, os responsáveis podem ser presos e processados por obstrução das investigações.
Segundo o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) houve maquiagem do Rural nas contas da empresa SMP&B de Marcos Valério. Num dos arquivos, havia cinco mil registros originais. O documento enviado à CPI tem 35 mil registros. Noutro arquivo, os registros pularam de sete mil para 17 mil. Os arquivos registram depósitos, empréstimos, transferências bancárias e pagamentos feitos por DOC ou cheque da SMP&B no Rural. Integrantes da CPI suspeitam que a alteração foi feita para justificar os recursos que Valério repassou a políticos, supostamente oriundos de financiamentos contraídos no próprio banco.
Mulher de João Paulo confirma saque de R$ 50 mil
Segundo Lorenzoni, a alteração reforça a idéia de proximidade entre Valério e a cúpula do Rural e a necessidade do depoimento da presidente do banco, Kátia Rabello.
No fim da tarde, Márcia Milanesio Cunha, mulher do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, confirmou, em depoimento à PF, que recebeu R$ 50 mil repassados por Valério. Márcia disse que deu o dinheiro ao marido. O valor teria sido usado para pagar pesquisas pré-eleitorais em Osasco. A PF deverá chamar João Paulo para explicar como o dinheiro foi gasto.
Antônio Lamas, irmão do tesoureiro do PL Jacinto Lamas, e Charles Santos Dias, também confirmaram ter recebido dinheiro de Valério. Antônio Lamas disse que entregou o dinheiro ao presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto. Santos Dias disse que retirou R$ 100 mil a pedido do deputado Paulo Rocha (PT-PA), que o teria repassado ao PSB do Pará.
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