BRASÍLIA, RIO e SÃO PAULO – Delegados, agentes, peritos, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal realizam uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira, na maior mobilização da história da categoria. O protesto incluiu operação-padrão nos principais aeroportos do país, o que pode provocar transtornos aos passageiros de vôos internacionais. A manifestação seria realizada antes da Semana Santa, mas os policiais federais decidiram adiar para que o movimento não ocorresse junto com os protestos dos controladores de vôo.
A paralisação deve atrasar ainda a preparação dos laudos periciais da Operação Hurricane e os depoimentos dos 25 presos, que não serão tomados mais nesta quarta-feira. Com isso, as mais de duas toneladas de documentos apreendidos durante a operação não serão analisadas agora.
Em São Paulo , os policiais federais realizam operação-padrão no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Por volta das 9h30m, cerca de 250 pessoas aguardavam na fila de embarque da área internacional do aeroporto. Alguns passageiros irritados chegaram a bater palmas e gritar “refém”, por conta da longa espera. Os policiais federais costumam demorar não mais que um minuto para verificar passaporte e carteira de identidade dos passageiros que irão embarcar. Nesta quarta, eles prometem seguir à risca todos os procedimentos e normas da atividade e estimam que o tempo gasto por passageiro será de 10 a 15 minutos.
No Rio, a operação-padrão no Aeroporto Internacional Tom Jobim está marcada para as 13h30m. Nesta manhã, os manifestantes realizam um ato em frente à sede da PF, na Praça Mauá.
Em Brasília, os policiais também prometem uma operação-padrão no Aeroporto Juscelino Kubitschek. Os policiais realizarão ainda uma caminhada, saindo da sede da PF até a Esplanada dos Ministérios. O movimento será engrossado pelos policiais civis do Distrito Federal.
Segundo a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), as duas categorias se uniram para prestar apoio mútuo pela busca do cumprimento de acordos firmados com o Ministério da Justiça e com o Governo do Distrito Federal.
Durante a paralisação, apenas 30% dos agentes, delegados, peritos e escrivães vão cumprir expediente. Eles reivindicam um aumento salarial de 30% referente à segunda parcela de um reajuste de 60% acertado no ano passado com o então ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, com o aval dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo. O reajuste equipararia os salários dos delegados aos de procuradores da República. A primeira parcela do reajuste foi paga em junho de 2006 e a segunda deveria ter sido paga até o fim do ano passado.
Jailton de Carvalho
Fonte: O Globo; CBN; O Globo Online; Isabel Boechat – Extra; Agência Brasil
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