Fonte: G1
Centro, com sede em Brasília, contará com agentes de outros 36 países.
Organismos internacionais, como Interpol e ONU, também vão ajudar.
A Polícia Federal inaugurou nesta segunda-feira (9) o Centro de Cooperação Internacional (CCPI) para monitorar a segurança pública nas cidades que vão receber jogos da Copa do Mundo. O centro, com sede em Brasília, vai contar com policiais federais brasileiros, e com agentes de 37 países e de três agências internacionais: Interpol, Ameripol (organização que reúne polícias de 30 países da América Latina) e ONU.
Segundo a PF, vão trabalhar no CCPI 205 agentes. Além dos 32 países que estão classificados para a Copa, enviaram ajuda também seis nações que não vão participar do torneio: Venezuela, Moçambique, Angola, Tanzânia, Catar e Peru.
Para o coordenador geral de Cooperação Internacional da PF, delegado Luiz Cravo Dórea, uma das vantagens da colaboração de outros países vai ser a possibilidade de acessar bancos de dados de outros países com informações de pessoas que tenham cometido crimes no exterior e estejam no Brasil.
“O centro tem o objetivo de congregar os esforços internacionais para garantir maior segurança na Copa do Mundo. Durante mais de 40 dias, teremos 205 policiais interagindo conosco, acessando seus bancos de dados e possibilitando verificar registros criminais, documentos, além de permitir que nós [PF] possamos tomar medidas judiciais de urgência”, afirmou Dòrea.
A sede do Centro de Cooperação conta com uma central de vigilância que vai monitorar 24 horas por dia, por meio de câmeras instaladas nas ruas, estádios e aeroportos das cidades-sedes.
Caso seja necessário, a central da CCPI pode acionar os agentes de centros operacionais que ficarão nas cidades-sedes para abordar uma pessoa na rua e verificar, por exemplo, a autenticidade de documentos e se ela tem alguma condenação em seu país de origem. O CCPI possui um sistema integrado com a lista de pessoas procuradas e impedidas de entrar no Brasil.
A PF informou que parte dos policiais estrangeiros vão acompanhar suas seleções durante as partidas nas cidades-sedes, e outra parte ficará na central do CCPI para auxiliar no monitoramento das câmeras e banco de dados.
Os policiais que forem para a rua estarão fardados como nos seus países, para que os torcedores possam reconhecê-los. Também estarão acompanhados de de agentes da Polícia Federal.
Segundo informou o coordenador geral da CCPI, os policiais estrangeiros não terão poder de polícia, ou seja, não podem prender ou portar arma.
“Esses polícias terão o papel de oficiais, eles inclusive serão acompanhados por policiais federais durante sua permanência nos estádios. Eles não têm poder de polícia, não podem andar armados. Porém, foi permitido que eles usassem os uniformes para serem facilmente identificados pelas suas próprias torcidas”, disse.
Torcedores violentos
O chefe do escritório da Interpol no Brasil, delegado Luiz Eduardo Navajas, disse que 2.100 nomes de torcedores argentinos com histórico de brigas e que estão banidos dos estádios no seu país foram incluídos na lista da PF de turistas que serão deportados ao chegarem no Brasil para acompanhar a Copa.
“Nós solicitamos essa lista de torcedores que poderiam causar problemas nos nossos estádios. A Argentina nos respondeu e nos encaminhou uma lista de 2.100 nomes de pessoas que estão banidas de entrar nos estádios daquele país. Esses nomes foram incluídos no nosso sistema nacional e eles estão impedidos de entrar no Brasil”, informou.
Navajas informou ainda que os países europeus não informam os nomes dos hooligans, como são conhecidos os torcedores ingleses que promovem violência nos arredores de estádio.No entanto, segundo ele, as nações europeias caçam os passaportes desses torcedores, o que impossibilita a saída dos seus países de origem.
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