Bruno Rosa* e Aloysio Balbi
MACAÉ. A Polícia Federal já tem um suspeito no caso do furto de equipamentos da Petrobras, de acordo com fontes envolvidas nas investigações. O possível responsável pelos furtos será indiciado no relatório que a PF de Macaé vai encaminhar à Justiça Federal, na próxima semana. Essa pessoa será ouvida em até duas semanas na delegacia da PF de Macaé, que concentra as investigações. A partir desta segunda etapa, vai se tentar descobrir “a mando de quem” o suspeito teria agido.
Segundo as investigações no Rio, já se sabe que o suspeito conhecia bem o sistema de chegada e saída dos materiais, pois a violação do lacre da segunda caixa furtada não é visível ao manuseá-la. Os equipamentos furtados estavam em duas caixas e em um contêiner que ficaram armazenados no terminal da Poliporto, na zona portuária do Rio. Todos os contêineres e caixas que chegam ao terminal e à base da Halliburton, em Macaé, têm uma espécie de nota fiscal, enumerando os equipamentos enviados.
– Foi muito bem feito. Não dá para perceber (que o lacre estava violado) – disse uma fonte. – Ainda não se sabe se essa pessoa agiu sozinha, se faz parte de uma quadrilha ou se estava a mando de alguém.
Petrobras abriu sindicância interna para apurar o caso
Não se sabe ainda se o crime foi furto comum ou espionagem industrial. A PF ainda trabalha com as duas hipóteses. Ontem, apenas dois funcionários da Halliburton foram ouvidos
De acordo com o diretor-geral de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, a empresa está revendo procedimentos para evitar novos furtos.
– Estamos revendo todos os procedimentos para evitar que se repitam coisas como essa – disse Estrella, em coletiva de imprensa sobre o acidente com o helicóptero da estatal, em Macaé. – Já tomamos algumas medidas e tomaremos outras. Mas é muito importante que os procedimentos passem a ser padronizados depois da conclusão das investigações.
A Petrobras também está fazendo uma investigação interna, há três semanas, para apurar se houve envolvimento de seus funcionários no furto. Estão sendo ouvidos diretores, gerentes e técnicos que trabalham no campo de Júpiter, na Bacia de Santos, em Macaé e no Rio de Janeiro.
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) também tem colaborado com a Polícia Federal, enviando informações sobre os campos, as reservas e as licitações feitas no país. O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro está acompanhando externamente o caso, mas ainda não está colaborando com as investigações.
(*) Enviado especial
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