Solano Nascimento
Da equipe do Correio
Entre os dias 4 e 20 de agosto, pesquisadores perguntaram a brasileiros qual é a instituição na qual eles mais confiam e qual deve ser a mais relevante no combate à corrupção. Eram dias em que veículos de comunicação de todo o país mostravam o Supremo Tribunal Federal (STF) preparando o julgamento, que começaria no dia 22, do caso do mensalão, e o Senado discutindo a possibilidade de cassar o mandato de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa. A resposta ao levantamento: a Polícia Federal foi considerada a instituição mais confiável do país e também aquela na qual os entrevistados mais depositam a esperança de combate à corrupção.
Feita numa parceria entre a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), a Universidade de Brasília (UnB) e a Opinião Consultoria, a pesquisa ouviu 2,1 mil pessoas. Da amostra, 75,5% consideraram a PF a instituição mais confiável. Em segundo lugar, aparecem as Forças Armadas, citadas por 74,7% dos entrevistados, e em terceiro ficou o juizado de pequenas causas, mencionado em 71,8% das respostas. Em relação ao combate à corrupção, a PF, com 25,1% das referências, está à frente do Ministério Público (22,8%), da sociedade civil (12,9%), do Judiciário (9,7%) e do Tribunal de Contas da União (5%).
Para Ricardo Caldas, professor do Instituto de Ciência Política (Ipol) da UnB, chama a atenção a relação entre o terceiro e o quarto lugar da lista. “A sociedade confia mais nela mesma que no Judiciário para combater a corrupção”, afirmou. A pesquisa foi feita por telefone, o que deixou fora da amostra os brasileiros que não dispõem desse meio de comunicação. “Isso não altera muito o resultado”, disse David Lima, da Opinião. Quem aparece mal, como um todo, é o Poder Legislativo. A Câmara dos Deputados e o Senado têm altos níveis de desconfiança – 83,1% e 80,7%, respectivamente -, e vereadores não são confiáveis para 74,1% dos entrevistados.
Otimismo e reforma Comentário do Presidente do Sindipol/DF: Parabéns aos Policiais Federais de verdade que contribuíram para que a sociedade acreditasse no DPF. Apesar dos enormes problemas estruturais do órgão, policiais obstinados ainda conseguem trabalhar com dedicação, desenvolvendo um trabalho sério que certamente contribuirá para o aperfeiçoamento das relações profissionais. Esperamos que em breve o DPF implante um regime de trabalho, onde o perfil e o conhecimento sejam avaliados antes das nomeações para as funções de comando. Até hoje apesar de todas as expectativas, nada mudou. UNIDOS SEREMOS MAIS FORTES |
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