Marcelo Auler
A Polícia Federal ainda não sabe se o furto de informações estratégicas do recém-descoberto poço de Júpiter se deu em uma única operação criminosa ou em momentos diferentes. Os policiais consideram mais provável que os dois discos rígidos de memória (HDs) de um computador defeituoso retirado da plataforma NS-21 e os quatro notebooks, que também continham dados sobre o poço, tenham sido furtados no terminal Poliportos, no bairro do Caju, zona portuária do Rio.
Para a PF, o terminal foi o lugar mais vulnerável por onde os equipamentos passaram. Visão contrária tem a Secretaria Especial de Portos, do governo Federal, que avaliou o local como de alta segurança. A prevalecer a tese de que os equipamentos foram furtados em uma única ação, ela teria ocorrido entre 23 e 25 de janeiro, período em que a caixa de viagem com o computador defeituoso e contêiner-escritório com os notebooks estiveram no pátio do Poliportos.
Hoje, a delegada Carla Dollinski vai ouvir funcionários da empresa. Ontem, em Macaé, ouviu três empregados da Petrobrás e três da Halliburton.
O computador defeituoso foi retirado da Bacia de Santos em 11 de janeiro, numa caixa para pequenas cargas. Antes de ser levado para a Halliburton, em Macaé, ficou no Poliportos de
O contêiner, que servia de escritório para a Halliburton na NS-21, embarcou em um rebocador em 18 de janeiro e chegou ao Poliportos no dia 23. No dia 29, foi levado em outra carreta da Transmagno para Macaé, aonde chegou no dia 30.
A caixa de viagem chegou a Macaé sem o lacre, mas com o computador. No dia 31, ao tentar abrir o contêiner onde estavam os notebooks e uma impressora, a Halliburton descobriu que o lacre havia sido violado. Só então verificou-se que a CPU do computador que chegara antes estava sem os dois discos rígidos, dois pentes de memória e um drive de DVD.
A comunicação do desaparecimento foi feita à Petrobrás no dia 31. No dia 1º, no Rio, Luiz Lima Blanc, gerente de proteção empresarial da estatal, comunicou à PF o desaparecimento de quatro notebooks, dois pentes de memória e dois HDs. Na mesma data, na 123ª DP, em Macaé, o técnico de manutenção da Halliburton, Guilherme da Silva Vieira, registrava o furto de quatro notebooks, impressora, pentes de memória, discos rígidos, gravador de DVD e um computador clone.
O boletim tem falhas em relação às datas. Na Polícia Civil, o empregado da Halliburton indicou como local do furto o Poliportos. Ontem, o delegado Daniel Bandeira de Mello, da 123ª DP, retirou-se do caso.
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