Fausto Macedo e Marcelo Godoy
A Polícia Federal vai informar à Procuradoria da República que mobilizou todo o efetivo e recursos necessários para o êxito da Operação Satiagraha. Foram 300 os policiais
destacados na madrugada de 8 de julho para cumprimento de 24 mandados de prisão e buscas em 56 endereços residenciais e comerciais.
A PF não admite que tenha havido “obstrução da investigação”, como alega o delegado Protógenes Queiroz, e já começou a reunir as informações sobre o caso. Desde sexta-feira,
delegados preparam texto com todos os dados acerca do contingente acionado para a missão.
A assessoria do delegado Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da PF, garantiu que “desde já se põe inteiramente à disposição” do Ministério Público e da Justiça para prestar
qualquer tipo de esclarecimento.
Na semana passada, o dossiê Protógenes Queiroz começou a ser investigado. A apuração está sob responsabilidade do procurador Roberto Diana, que coordena o setor do Ministério
Público Federal (MPF) encarregado do controle externo da atividade policial. Diana cobrou explicações da PF.
A cúpula da PF admitiu que antes da execução das ordens de prisão tentou obter junto à equipe de Protógenes a lista completa dos alvos de Satiagraha. “Realmente isso aconteceu”,
declarou a assessoria do dirigente máximo da PF.
Segundo a assessoria, essa conduta “é absolutamente corriqueira, acontece em qualquer operação da Polícia Federal”. A PF assinala que precisa saber com antecedência quem e quais
são os objetivos da blitz.
Isso quer dizer que na véspera de qualquer operação – até então mantida sob segredo para evitar alerta aos investigados – outros setores da instituição, não apenas aqueles
envolvidos no caso, ficam sabendo de detalhes da ação.
“É preciso dimensionar a logística da operação”, respondeu a assessoria de Corrêa. “Primeiro para saber quais os locais em que as prisões deverão ser executadas. Se for em órgão
público os policiais não poderão se apresentar ostensivamente.”
A PF alega que tem por norma saber quem deverá ser capturado para identificar “alvos de periculosidade”. Nesse caso, o armamento empregado será “diferenciado”. “Não há nenhuma
excepcionalidade, haveria se isso não ocorresse.”
De acordo com a direção-geral, o delegado Paulo de Tarso Teixeira, chefe da Divisão de Combate a Crimes Financeiros, não iria se manifestar sobre as acusações de Protógenes.
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