Dirigentes ambientais detidos são suspeitos de fraudes em licenças
Uma operação da Polícia Federal de combate a fraudes na liberação de licenças ambientais resultou ontem na prisão de quatro dirigentes de órgãos do meio ambiente do Ceará, entre eles o superintendente estadual do Ibama, Raimundo Bonfim Braga, filiado ao PT, detido no aeroporto de São Paulo quando embarcava para Fortaleza.
As investigações começaram em maio de
Segundo o superintendente da PF, Aldair da Rocha, as investigações mostraram um conluio envolvendo o Ibama e órgãos ambientais do estado e do município. A Operação Marambaia também prendeu o superintendente estadual do Meio Ambiente, Herbert Vasconcelos Rocha, a secretária do Meio Ambiente de Fortaleza, Daniela Valente, e o chefe do escritório do Ibama em Aracati, Antônio César Rebouças.
As fraudes envolvem empreendimentos imobiliários, alguns residenciais, que vinham degradando dunas e assoreando rios. O caso tramita em segredo de justiça e os nomes não foram revelados.
O superintendente da PF disse que foram constatadas irregularidades em obras no Pecém. Mas não soube dizer se há relação com a termelétrica MPX, do empresário Eike Batista, que tem carvão como matriz, e é alvo de ação movida por um defensor público.
Complexo turístico pode ter sido beneficiado pela fraude –
Outros negócios supostamente beneficiados pela fraude na concessão de licenças ambientais estariam na Praia do Cumbuco, onde foi lançado um complexo turístico de um grupo de investidores portugueses, e em Aracati, onde há empreendimentos de energia eólica. A Praia do Futuro, em Fortaleza, Crateús (sertão central), e Guaramiranga (região serrana) também teriam projetos irregularidades.
Foram cumpridos quatro mandados de prisão e 14 de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 11ª Vara Federal, Danilo Fontenele, que ordenou o afastamento do superintendente do Ibama, Raimundo Bonfim, e do chefe do escritório do Ibama em Aracati.
Eles são acusados de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, violação do sigilo funcional. No caso do superintendente estadual do Meio Ambiente e da secretária do Meio Ambiente de Fortaleza, segundo a PF, eles prevaricaram ao manter vínculos com escritórios de advocacia e com empresas de consultoria imobiliárias, mesmo estando à frente dos cargos públicos. O grupo é acusado também de prestar informações falsas ao Ministério Público estadual e Federal sobre projetos alvos de investigação.
Farta quantidade de material foi apreendida nos escritórios e nas residências das autoridades presas. Há suspeita de envolvimento de outros servidores dos três órgãos ambientais. A análise poderá produzir provas contra empresários que seriam beneficiados pelo esquema.
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