A Operação Amazônia, preparada para ser deflagrada pela PF na segunda quinzena de fevereiro para combater o desmatamento e a exploração ilegal de madeira, marcará também a ofensiva do governo para fortalecer o controle institucional da região e, como subproduto, dar início à ofensiva para depurar o chamado Terceiro Setor.
“Quem for flagrado em atividade suspeita será retirado da região”, disse ontem o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa.
Serão utilizados 780 homens para estancar o contrabando de madeira, criando um cinturão de segurança através das estradas e rios. Corrêa garante, no entanto, que a operação faz parte da estratégia de fortalecimento institucional da região amazônica, cuja prioridade é ocupar espaços e substituir as ONGs que, ao longo das últimas décadas, foram atuando em áreas de responsabilidade do governo.
“A idéia é ir e ficar”, disse o delegado.
A PF integra a força-tarefa do Ministério da Justiça que vai investigar a atuação das ONGs suspeitas na região. Sob a coordenação da Secretaria Nacional de Justiça, também terão atuação órgãos como a Funai, o Ibama e, especialmente, as Forças Armadas que, estabelecidas na faixa de fronteira, estão preocupadas com ameaças à soberania do país. Essas ONGs atuam em áreas indígenas e se apresentam como defensoras da ecologia, mas há indícios de que paralelamente fazem a espionagem de recursos naturais da região – minério e biodiversidade – para repassar a governos e empresas privadas estrangeiras.
Prontidão
A Polícia Federal deve concluir seu relatório sobre as ONGs depois do carnaval. Encaminhará o texto ao ministro da Justiça, Tarso Gero, mas não se limitará ao acompanhamento das ações que estão sendo traçadas pela Secretaria Nacional de Justiça. Uma equipe de federais estará de prontidão para participar de operações, abrir inquéritos, prender, realizar buscas e interditar sede de entidades que estiverem agindo de forma ilegal. Os estrangeiros flagrados em crime serão presos e, depois de responderem à Justiça, serão expulsos do país.
O combate cerrado aos crimes ambientais como o desmatamento ilegal, segundo Luiz Fernando Corrêa, vai ajudar a polícia a inibir a atuação das ONGs e outros delitos que se tornaram comuns na região, como assassinatos de religiosos e de ambientalistas e a grilagem de terras, que estão sempre na origem das mazelas regionais.
“Vamos chegar no momento da árvore”, diz Corrêa.
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