Corporação está certa de que empresário chefiava organização criminosa e planeja requerer a preventiva
A Polícia Federal requereu ontem à Justiça prorrogação da prisão temporária – por mais 5 dias – do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, suposto articulador de esquema de corrupção e espionagem. A PF está certa de que Valério é o líder da organização criminosa que a Operação Avalanche desmantelou – culminando com a prisão de 17 suspeitos, entre eles o operador do mensalão. Valério foi capturado sexta-feira por ordem da juíza Paula Mantovani. O prazo para a custódia vence hoje. O plano da PF para Valério é mais implacável: após análise de documentos e HDs sua prisão preventiva deverá ser solicitada.
A PF não se manifestou sobre sua estratégia, mas também pediu renovação da temporária de Rogério Tolentino, sócio de Valério, e dos advogados Ildeu Pereira e Eloá Veloso, apontados como elos da trama de inquérito forjado contra fiscais da Fazenda estadual que autuaram em R$ 104 milhões a Cervejaria Petrópolis – cujo proprietário, Walter Faria, é amigo de Valério. Na casa de Eloá,
Valério foi monitorado três meses a fio. Seus telefonemas interceptados e seus movimentos seguidos e filmados. Ao pedir sua prisão, a PF destacou pelo menos seis grampos, diálogos dele com Ildeu. “Partindo do ápice da organização, Valério, Tolentino, Ildeu e Eloá uniram-se de forma constante e permanente, no intuito de cooptar, mediante pagamento de propina, policiais federais com o fito de que fosse instaurado inquérito o qual tinha como fundamentação fatos falsos em desfavor de dois agentes de fiscalização de ICMS. Não resta dúvida da existência de verdadeira organização criminosa que possui uma estrutura complexa e articulada que dificulta a obtenção da prova”, diz o documento. “Os diálogos demonstram que a cadeia de comando, no que se refere à ordem de pagamento, partiu diretamente de Valério e Tolentino. É notória a capacidade de comando de Valério.” Os acusados negam a prática de crimes.
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