Vasconcelo Quadros
Brasília
Anunciado ontem em Brasília, o novo Centro Integrado de Inteligência Policial e Análise Estratégica (Cintepol) começa a funcionar com a adesão das Polícias de sete Estados e um desafio: transformar-se na mais importante ferramenta de combate ao crime organizado e a corrupção infiltrada em órgãos públicos.
O software com o banco de dados ficará centralizado na Polícia Federal, mas poderá ser acessado em tempo real por todos os órgãos que participarem do convênio, cuja contrapartida prevista é apenas a troca de informações. O Estado que aderir também se compromete a liberar para o sistema dados criminais, que passam a fazer parte de uma rede nacional de informações.
– Vou assinar o convênio e estou ansioso para participar. A experiência adquirida pela Polícia Federal em investigações é uma referência para o país. – disse o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame.
O Rio integra o grupo dos primeiros sete Estados a aderir ao programa. Também assinaram o protocolo de intenções o governador Blairo Maggi, do Mato Grosso, e os representantes do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Goiás, Distrito Federal. A capacidade de armazenamento de informações e de análise do Cintepol é maior que o Serpro, que gerencia o banco de dados de todo o governo Federal. Sua principal função será integrar os órgãos públicos federais e estaduais no combate ao crime, reformulando uma estrutura de segurança que, em plena era dos crimes modernos e transnacionais.
Desorganização
– É impossível combater o crime organizado de forma desorganizada – afirmou o procurador Geral da República, Antônio Fernando de Souza.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, que ministrou a aula inaugural transmitida através de vídeo-conferência para policiais de cinco cidades _ Gramado, Cabo Frio, Recife, Brasília e Manaus – afirmou que o sistema reduzirá as desigualdades regionais na repressão e a margem de arbítrio ainda em moda em algumas corporações. Além disso, por ser auditável o sistema inibe abusos e será eficiente no combate à corrupção em regiões onde as oligarquias ainda exercem o controle sobre o desvio de recursos públicos.
O diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa afirmou que o Cintepol é a principal ferramenta tecnológica no processo de descentralização e repasse da capacidade de investigação desenvolvida pelo órgão. O software que alimentará os estados e também absorverá informações, foi desenvolvido para integrar as Polícias na coleta, tratamento e análise de informações úteis no combate ao crime.
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