EDSON LUIZ
DA EQUIPE DO CORREIO
A falta de infra-estrutura vai desativar, nos próximos três anos, um dos últimos prédios que lembram o período do regime militar. Até 2011, todos os departamentos da Polícia Federal que hoje estão no “Máscara Negra”, como é conhecido o edifício-sede da corporação, serão transferidos para um moderno complexo que começa a ser construído este ano em uma área de 65 mil metros quadrados, incrustada no Setor de Autarquias Norte. As justificativas para a mudança, que será gradativa, são o aumento do efetivo da PF, a criação e integração de novos setores, a modernização e a melhoria da qualidade do ambiente de trabalho.
A intenção é construir e abrigar todos os setores da Polícia Federal em uma área de 100 mil metros quadrados. “Isso ocorrerá, mas a primeira etapa será de 65 mil, conforme aprovado no PPA (Plano Plurianual de Investimentos)”, afirma o delegado Joaquim Mesquita, diretor de Logística Policial da PF. Ele explica que o novo edifício-sede da instituição já estava programado na gestão passada, inclusive a concessão do terreno. “Pretendemos construir a primeira etapa até 2011, e os 35 mil metros restantes em uma segunda etapa”, acrescenta o delegado, ressaltando que o projeto arquitetônico, feito por profissionais da própria PF, estará concluído este ano. A instituição ainda não calculou o custo da construção, mas Mesquita garante que, pelo menos para o projeto executivo, conta com dinheiro no orçamento de 2008.
Seres imortais
O complexo da Polícia Federal terá quatro torres com 17 andares cada uma, seis a mais que o atual prédio, situado no Setor de Autarquias Sul. As primeiras a serem construídas serão as da ala norte. Todas as torres receberão nomes de personagens da mitologia grega. A primeira é a Athena, uma alusão à deusa da sabedoria. Talvez por isso abrigará os gabinetes do diretor-geral e das demais diretorias.
O projeto afirma que o acesso norte será usado para as atividades-meio da Polícia Federal. A segunda torre será a Ícaro, alusão ao personagem mitológico, filho do inventor Dédalos. Ícaro sonhou voar como as aves, mas morreu ao cair no mar Egeu, depois de o sol derreter-lhe as asas de cera.
No novo prédio da PF, essa torre representará a ousadia e a coragem. Será ocupada pelos demais departamentos ligados às diretorias. “Os nomes das torres são apenas sugestivos e todo o projeto ainda será aprovado pela direção-geral”, observa Joaquim Mesquita.
Na segunda etapa, serão construídas as torres da ala sul, que levarão os nomes de Ártemis e Aquiles. A primeira, que leva o nome da deusa da caça na mitologia grega, representa, segundo o projeto, a atitude incansável da persecução criminal. Abrigará a área operacional da Polícia Federal.
Na Torre Aquiles estarão as funções investigativas da PF, como os grupos táticos e de inteligência. O semi-deus grego representará a eficiência, agilidade e precisão de um guerreiro. Essa parte da obra só será concluída após a entrada em funcionamento das duas primeiras torres.
Mascarado
Nos 17 andares e nos quatro subsolos, onde haverá uma garagem para 165 viaturas policiais e 1.200 veículos de funcionários e visitantes, os policiais terão todos os meios para treinamento, como estandes de tiro, academia para musculação, defesa pessoal e ginástica. Além disso, funcionarão restaurantes, salas de treinamento, auditório para 500 pessoas, heliponto e uma praça cívica.
O prédio atual tem 11 andares e não conta com a metade da estrutura da nova sede. “Esperamos fazer tudo dentro do que planejamos”, afirma Mesquita. A PF pretende manter vários de seus departamentos onde estão atualmente, como os Institutos Nacional de Criminalística (INC), de Identificação (INI) e do Comando de Operações Táticas (COT), todos sediados no Setor Policial Sul. A Academia Nacional de Polícia (ANP) permanece em Sobradinho.
O atual edifício-sede da Polícia Federal não será completamente desativado, segundo Mesquita. “Vários setores continuarão funcionando, até porque o prédio tem muita representatividade para os policiais”, afirma.
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