Posicionados entre os setores pioneiros no uso da biometria no Brasil, os departamentos de polícia têm investido em aplicações mais sofisticadas para aprimorar suas operações.
A Polícia Militar de São Paulo, por exemplo, vem testando um software de reconhecimento facial. A iniciativa é uma evolução do Olho de Águia, projeto de videomonitoramento que começou a ser implantado em 2005 e concentra desde então um investimento aproximado de R$ 50 milhões.
Nessa nova etapa do projeto, o software implantado em uma central da PM recebe imagens de suspeitos capturadas por câmeras instaladas em vias urbanas, helicópteros, motos e mochilas táticas (nas duas últimas, as câmeras são ocultas). Um óculos especial com uma câmera embutida na lente também está em teste desde março.
O sistema de reconhecimento compara as imagens recebidas com o acervo de um banco de dados da PM, que contém 2 milhões de fotos com detalhes físicos de 500 mil criminosos. Em caso de confirmação do suspeito, o sistema emite um alerta para o policial em operação. O processo é realizado em questão de segundos via rádio micro-ondas e conexão de terceira geração (3G).
“O uso desse recurso vai reduzir as abordagens desnecessárias e tornar as operações mais ágeis e precisas”, afirma o coronel Alfredo Deak Junior, diretor de telemática da PM de São Paulo.
Para chegar a esse estágio, porém, o coronel diz que a PM trabalha com o fornecedor do software para aumentar a margem de acerto das análises feitas pelo sistema. Os índices atingidos nos testes até o momento, entre 78% e 85%, ainda são considerados baixos.
“Os testes devem levar mais três meses. Esperamos colocar o sistema efetivamente em operação ainda nesse ano”, afirma o coronel. Ele explica que o plano é estender a tecnologia para as câmeras dos 11 mil tablets que estão sendo instalados em viaturas. Outra aplicação é o uso do sistema para a leitura de placas de veículos suspeitos. A PM tem 174 pontos fiscalizados e cerca de 500 câmeras instaladas em vias urbanas e rodovias do Estado.
O governo de Santa Catarina também está confiante nas tecnologias de reconhecimento facial e de placas e veículos. Por meio da Secretaria de Segurança Pública e da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, foi lançado neste mês o projeto Força Tur.
Com investimento de R$ 7,5 milhões, o sistema usado no Força Tur deverá analisar imagens captadas por cem câmeras instaladas em dez cidades catarinenses. Se um criminoso ou veículo roubado for identificado, automaticamente o software vai disparar um alarme para acionar as unidades policiais mais próximas.
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