A investigação da Operação João-de-Barro poderá resultar no oferecimento à Justiça de cerca de 200 denúncias, segundo avaliação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A intenção do Ministério Público é “individualizar” as acusações formais com base nos crimes, nos locais e participação dos suspeitos de envolvimento no esquema de desvio de recursos públicos do Orçamento da União, incluindo verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Entre os investigados estão parlamentares, servidores públicos, empresários e lobistas. A PF já apurou desvios de R$ 700 milhões por meio de emendas parlamentares ou convênios com ministérios em 119 cidades brasileiras, sendo 114
“Estão sendo feitos relatórios individualizados por convênios, por municípios. Estamos analisando as atividades de cada pessoa e fazendo os caminhos dessa verba, desde a apresentação da emenda até o gasto”, disse ontem o procurador Zilmar Drumond, do Ministério Público
Agentes da PF e técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) estão envolvidos na apuração dos ilícitos, fotografando obras e fazendo um levantamento patrimonial nos municípios.
Segundo Zilmar, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, combinou com o Supremo Tribunal Federal (STF) que apresentará no mês que vem o resultado da investigação envolvendo os que possuem foro privilegiado. No inquérito, que corre em segredo de Justiça, são citados sete parlamentares, entre eles o deputado João Magalhães (PMDB-MG) – apontado como articulador do esquema no Congresso.
Durante a apuração envolvendo Magalhães, Souza pediu e o STF autorizou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-secretário de Assuntos Institucionais do PT, Romênio Pereira. Ele nega envolvimento com o esquema e tirou licença de 60 dias do cargo na Executiva Nacional do PT para se defender. O Estado procurou Magalhães, mas não houve retorno. Carvalho também não foi encontrado.
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