Fonte: Folha de S. Paulo
O pagamento de diárias a policiais por missões fora da unidade em que estão lotados, o que deveria ser
uma exceção, virou rotina na Polícia Federal e na Força Nacional de Segurança Pública.
Alguns agentes, delegados, policiais militares e bombeiros ficaram mais de 200 dias fora de suas delegacias ou Estados apenas durante o último ano.
A prática criada, inicialmente, para policiais em missões especiais ou em viagens se espalhou por todo o departamento e se banalizou. A concessão de diárias passou a ser utilizada como uma forma de prêmios a partir da simpatia dos chefes ou para compensar longas jornadas de trabalho nas delegacias em que estão lotados. As diárias são deposita
das, sem desconto de Imposto de Renda, nas contas de delegados e agentes.
Dados do Ministério da Justiça, obtidos pela Folha, mostram que somados os anos de 2011 a 2013, dois agentes da PF chegaram a receber R$ 201 mil, cada um, em diárias na Polícia Federal. Trabalhando em delegacias no interior do país, os agentes passaram os últimos anos em missões fora de seu Estado investigando o crime organizado para o Grupo de Investigações Sensíveis (Gise).
Mas a prática de receber diárias não está concentrada apenas em quem investiga o crime organizado. Essa constância no pagamento dos benefícios vem sendo analisada por procuradores da República no Rio Grande do Sul e na Paraíba.
Há casos de policiais que recebem diárias mesmo atuando em serviços burocráticos ou atuando em investigações nas quais qualquer policial poderia atuar. A prática se tornou tão sem controle que criou o fenômeno chamado dentro da PF de “diárias cruzadas”.
Um desses casos aconteceu em Minas Gerais. Um delegado de Juiz de Fora foi como diarista para Belo Horizonte, entre 15 de outubro de 2012 e 3 de maio de 2013. Neste mesmo período, um delegado de Cachoeira de Itapemirim (ES) foi enviado para Juiz de Fora. Lá ficou entre 29 de outubro de 2012 até 11 de maio de 2013. Seu trabalho foi assumir os inquéritos de dois delegados, que também foram enviados em missões fora do Estado.
Os 30 policiais que mais receberam diárias no departamento ficaram cerca 260 dias fora de sua superintendência de lotação. Qualquer período longe de sua delegacia que ultrapasse os três meses só pode ser concedido com autorização do diretor-geral da PF.
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