PF não errou, diz Genro sobre caso Renan
Segundo Tarso, PF apenas atendeu pedido do Conselho de Ética.
Parecer do Senado diz que Mesa deveria ter solicitado perícia, não o Conselho.
Um parecer da assessoria técnica do Senado diz que houve falhas do Conselho de Ética do Senado na condução do processo contra Renan e citou como exemplo o fato de o Conselho ter pedido uma perícia à Polícia Federal, enquanto que essa era função da Mesa Diretora. A PF analisou notas fiscais relativas à venda de gado, apresentadas pelo senador para comprovar renda.
“De nossa parte não houve nenhuma irregularidade. Não nos opomos a esse tipo de relação, já que ali [no Conselho de Ética] há um poder que tem direito de fazer determinadas requisições e pedidos de auxílio à policia”, disse, ressaltando que a atuação da PF foi uma resposta a “um pedido de apoio, uma requisição formal”.
Tarso Genro também disse que o grupo de trabalho que estuda uma forma de aprimorar o uso de escutas telefônicas não é contrário ao instrumento de investigação. O grupo, formado por integrantes do Ministério da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal não é, segundo ele, “anti-grampo”.
“Se enganam aqueles que pensam que esse grupo de trabalho vai despotencializar as escutas. Elas constituem um instrumento fundamental no Estado de Direito, substituem meios de investigação que são renegados pelo Estado de Direito, que é a pressão, a força e às vezes até a violência para obter depoimentos”.
O ministro da Justiça disse ainda que não há, até o momento, provas contra o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau. O ex-ministro, segundo o relatório da PF feito durante as investigações do esquema de corrupção desmontado pela Operação Navalha, teria recebido propina do grupo comandado pelo empresário Zuleido Veras por meio de um ex-assessor.
Rondeau encomendou um laudo paralelo ao perito Ricardo Molina. O laudo desmentiria a informação da Polícia Federal de que uma funcionária de Zuleido Veras teria entregue propina a um ex-assessor de Rondeau.
Tarso Genro reforçou, no entanto, que caberá ao Ministério Público e ao Poder Judiciário decidir o destino de Rondeau. “Eu não vi até agora nenhum delito que pudesse ser imputado ou provado contra Silas Rondeau, mas eu não sou a autoridade adequada para fazer juízo. Temos que aguardar o Ministério Público e Poder Judiciário”, disse.
Comments are closed.