Patricia Santos/AE |
Chefe do esquema: o libanês Josef Nour Nasrallah foi preso pela PF, acusado de encabeçar o esquema |
Pelo menos 10 acusados foram presos no estado de São Paulo. A polícia apontou o libanês Josef Nour Nasrallah, detido em Valinhos, a 85km de São Paulo, como um dos chefes da organização criminosa. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram detidas outras quatro pessoas. No total, 350 homens da PF cumpriram mais de 80 mandados de buscas e de prisões temporárias e preventivas nos seis estados brasileiros. Durante a ação policial, foram apreendidos também 400 mil euros e US$ 600 mil.
De acordo com a PF, a quadrilha, composta por libaneses radicados no Brasil, agia em quase toda a Europa e nos Estados Unidos. Os presos responderão por tráfico internacional de entorpecentes, lavagem de dinheiro e associação para o narcotráfico. Desde o início dos trabalhos, há dois anos, já foram detidos 54 suspeitos e mais de 3,4t de cocaína haviam sido apreendidas.
A maior apreensão aconteceu em julho de 2005, quando uma troca de informações da Polícia Federal brasileira com a polícia da Espanha resultou na descoberta de 2,5t de cocaína em um pesqueiro nas Ilhas Canárias. Na oportunidade sete pessoas foram presas. Somente para investigar a quadrilha já foram instaurados 20 diferentes inquéritos.
Esquema
Os traficantes compravam cocaína em países vizinhos do Brasil, como Paraguai e Bolívia, e transportavam a droga para os Estados Unidos, Europa e África. A PF informou que o esquema tinha “mulas”, pessoas que levam a droga presa ao corpo ou em bagagens, e contavam até com contêineres em navios cargueiros.
As investigações foram iniciadas depois que os serviços de inteligência das polícias da Alemanha e Brasil trocaram informações apontando a existência de libaneses radicados no Brasil operando um esquema de tráfico internacional de drogas.
A operação serviu para a PF identificar todo o funcionamento da quadrilha, sua hierarquia e os bens adquiridos pelo grupo, que serão apreendidos, destinados à PF ou posteriormente leiloados. Nessa apuração, um dos desafios dos investigadores foi monitorar pessoas de várias nacionalidades que se comunicavam em diversas línguas como árabe, italiano, espanhol, inglês e até mesmo sérvio. Outra dificuldade enfrentada pelos policiais foi compartilhar inteligência com forças policiais para realizar a vigilância em diversos países de outros continentes.
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