Fonte: Blog do Servidor
A Polícia Federal pode amanhecer sem comandos regionais, coordenações setoriais e assistências técnicas. Agentes escrivães e papiloscopistas ameaçam entregar, de forma orquestrada, mais de 700 cargos de chefia (200 formais e 500 informais). A medida, explicou o vice-presidente da Federação da categoria (Fenapef), Luiz Boldens, é em protesto à aprovação da MP 657. “Se apenas um cargo (se referindo aos delegados) foi beneficiado e acha que pode mandar em tudo, então que assuma todas a funções daqui para frente”, provocou.
A medida é também uma forma de pressão para que o governo não recue e mude rapidamente o teor de partes do texto. O líder do PT, Humberto Costa (PE), ainda tentou acalmar os ânimos. “Há o compromisso do governo de que, aprovada essa matéria, haverá um entendimento com as diversas categorias da PF para deixar claro que a maior parte dos cargos em comissão, dos cargos de direção, poderá ser ocupada por outros segmentos, e não apenas por delegados”. Romero Jucá (PMDB – RR), relator da MP no Senado, também fez questão de registrar que “o governo fará um pequeno ajuste, no futuro, em outra medida provisória, exatamente para que não haja nenhum tipo de dúvida”.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), apesar de também apoiar a MP, aproveitou a oportunidade para criticar o governo. “Havia uma preocupação – e esta preocupação permanece – quanto ao fato de que a redação malfeita de um artigo da MP pode levar ao entendimento de que todos os cargos, inclusive o de diretor de pessoal, de diretor de estatística, o de que lá seja – e são dezenas e dezenas –, seriam privativos de delegados da Polícia Federal. Evidentemente, isso é o contrassenso, porque não há delegados para isso”, alfinetou. “Esse artigo (a MP 657) ilustra a incompetência do atual governo, incapaz de redigir claramente um artigo que diga que o diretor-geral deve ser delegado de polícia, e que os demais cargos podem ser ocupados por outros integrantes das carreiras policiais”
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