Fonte: Sindicato dos Policiais Federais do Rio de Janeiro
Os policiais federais voltam a se mobilizar no Rio de Janeiro. A manifestação pública ocorrerá no próximo dia 23, durante a visita do Papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Eles vão se concentrar a partir das 10 horas, em frente à sede da Superintendência Regional (SR), na Praça Mauá. Desta vez, o protesto chamará atenção para o alto índice de doenças e problemas emocionais que acometem agentes, papiloscopistas e escrivães, muitos, inclusive, vítimas de suicídio.
A ação foi decidida em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada nesta quarta-feira, 17, pelo Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que decidiu pela continuidade da agenda de mobilizações pela democratização da PF. Os dirigentes sindicais demonstraram muita preocupação no sentido de que a mobilização durante a visita papal não envolva aspectos políticos, em respeito à religiosidade e à população, em observância aos princípios éticos que sempre fundamentaram a atuação sindical da Fenapef.
Pesquisa
A pesquisa inédita da Fenapef mostra que, dos 2.360 entrevistados, 86,53% não estão bem no trabalho. Apenas 13,47% se dizem satisfeitos. Esse contingente representa cerca de 20% de todo o efetivo da PF. Um universo de 97,84% dos entrevistados alegou que não lhes são conferidas as mesmas oportunidades de crescimento profissional, enquanto 90,76% informaram que se consideram “subaproveitados” e 76,23% não são motivados.
O critério político permeia a escolha dos que ocupam postos de chefia, opinaram 75,64% – apenas 24,36% acreditam que as indicações obedecem quesitos de mérito ou competência. Ao todo, 69,03% entendem que o ambiente de trabalho prejudica a saúde dos federais – 30,30% responderam que por causa da atividade se submetem ou já se submeteram a tratamento psicológico ou psiquiátrico.
A pesquisa mostra que 68,2% deixariam a PF para atuar em outro órgão federal, desde que “com a mesma remuneração e regime jurídico” – 77,92% não recomendariam a carreira para um amigo ou parente. E 99,28% afirmaram que os dirigentes da instituição “não atuam na defesa e na valorização de todos os cargos de forma isonômica”.
“O resultado é surpreendente e se revela como sintoma de gestão que privilegia os cargos de delegado e perito, enquanto segrega as demais categorias dos cargos de chefia e das oportunidades de crescimento profissional”, afirma a Fenapef, que se revela preocupada com “os alarmantes índices” de doenças psíquicas, desmotivação e até suicídios.
A consulta ocorreu entre 6 e 11 de julho e alcançou a base de sindicalizados. Eles se manifestaram por meio de mensagens eletrônicas individualizadas, respondendo ao questionário, em 10 itens. O mapeamento será levado ao Ministério do Planejamento e ao da Justiça e à Organização Internacional do trabalho (OIT).
Confira nota oficial da Comissão de Mobilização:
SUPERINTENDÊNCIA EM LUTO
No próximo dia 23/07, terça-feira, será realizada manifestação dos servidores na porta da Superintendência Regional do DPF/RJ, com concentração às 10 horas.
A manifestação levará à população o sentimento de luto da categoria pela morte de vários colegas que infelizmente sucumbiram diante da falta de políticas sociais por parte da administração do DPF e em decorrência do já alardeado assédio moral que persiste sem que medidas administrativas mais efetivas sejam adotadas para a solução do problema.
Nesse dia, vários atos públicos contarão com a participação também da Diretoria da FENAPEF, assim como vários representantes dos sindicatos regionais que já confirmaram a presença.
Ativos, aposentados, pensionistas, familiares, todos estão convocados a contribuírem com as suas presenças em traje preto ou SOS.
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